Banca de DEFESA: MARCLINEIDE NOBREGA DE ANDRADE RAMALHO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MARCLINEIDE NOBREGA DE ANDRADE RAMALHO
DATA : 26/06/2023
HORA: 14:00
LOCAL: Plataforma Meet
TÍTULO:

Cartilha educacional sobre bullying transfóbico no preconceito à diversidade de gênero de professores do Ensino Fundamental II


PALAVRAS-CHAVES:

Tecnologia Educacional; Cartilha; Transexualidade; Pessoas Transgênero; Transfobia; Bullying, Educação em Saúde, Ensino Fundamental, Professores; Enfermagem.


PÁGINAS: 292
RESUMO:

Na sociedade do mundo todo, as pessoas transgênero são vítimas de preconceitos, estigmas, segregação, piadas, fofocas, rótulos, assédios, abusos sexuais, discriminação, bullying e de tantas outras formas de violência social. Nesse contexto, a escola se configura como um cenário de exclusão e repressão às identidades transgêneras. Contudo, entende-se que os professores podem contribuir com a prevenção do bullying transfóbico. As cartilhas são ferramentas que podem auxiliar na capacitação de professores, além de poderem ser usadas na educação em saúde com esses atores. Objetivou-se avaliar o efeito de intervenção com cartilha educacional sobre bullying transfóbico em estudantes trans desenvolvida à luz do referencial de Cultura de Paz, no nível de preconceito de professores do Ensino Fundamental II relativo à diversidade de gênero. Trata-se de um estudo multimétodo desenvolvido nas escolas públicas municipais de João Pessoa, Paraíba, que oferecem o Ensino Fundamental II. Realizou-se em quatro etapas: revisão integrativa da literatura para identificação das tecnologias educacionais utilizadas na escola para o combate à transfobia; estudo qualitativo para conhecer as demandas dos professores sobre o assunto, estudo metodológico com desenvolvimento de cartilha educacional sobre bullying transfóbico, validação de conteúdo com juízes especialistas e avaliação semântica com o público-alvo; e estudo quase experimental com avaliação do escore de preconceito de professores do Ensino Fundamental II relativo à diversidade de gênero, antes e após a intervenção educativa com a cartilha. A revisão integrativa resultou em sete artigos sobre experiências e ações de combate a transfobia na escola, contudo, não foram identificadas tecnologias educacionais desenvolvidas com esta finalidade. O estudo qualitativo apontou para cinco categorias temáticas: “Conceito equivocado de transexualidade”; “Experiências com estudantes trans”, que incluíram dificuldades no uso do nome social, situações de bullying transfóbico e o despreparo docente para lidar com as situações que envolvem esses estudantes; “Bullying transfóbico, o que faria o professor?”, onde foram identificadas atitudes frente ao bullying e atitudes para sua prevenção; “Cultura de Paz
nas escolas”, onde verificou-se o conhecimento deles sobre o assunto, o pouco envolvimento da comunidade escolar e a descontinuidade das ações; e “Sugestões para tecnologia educacional”, sendo a tecnologia mais citada a cartilha e foram descritas as informações que deviam ser abordadas. O desenvolvimento da cartilha “Bullying transfóbico em estudantes trans” foi fundamentado no referencial de Cultura de Paz e guiado por referencial para construção de material educativo impresso. A primeira versão da cartilha foi analisada por 27 juízes com formação especialistas em Diversidade Sexual e de Gênero, Cultura de Paz, ou em desenvolvimento de Material Educativo Impresso, e obteve CVC de 0,972, 0,982 e 0,991 para as dimensões “Objetivos”, “Estrutura e Apresentação”, e “Relevância” respectivamente, sendo validada na primeira rodada. Foram feitas sugestões de acréscimos de informações textuais e substituição de uma ilustração. A segunda versão da cartilha foi avaliada por 10 professores do Ensino Fundamental II que participaram do estudo qualitativo e que julgaram a cartilha quanto aos objetivos, organização, linguagem, aparência, motivação e adequação cultural com ICS que variou entre 0,90 e 0,96 para cada uma das dimensões. Apenas um professor sugeriu acrescentar informação textual que não alterou o layout e número de páginas do material. A versão final da cartilha possui 36 páginas divididas em parte externa e interna. A parte interna contempla elementos pré-textuais; textuais, divididos em 18 domínios; e pós-textuais. O estudo quase-experimental foi realizado com 42 professores do Ensino Fundamental II de nove escolas selecionadas aleatoriamente. A intervenção com a cartilha foi realizada de forma on-line. Para comparação das médias do escore de preconceito alcançadas nos três momentos de aplicação, utilizou-se o ANOVA para amostras repetidas. A média no pré-teste foi de 14,97 (±3,66) pontos; no pós-teste imediato passou a ser 14,35(±3,25); e no pós-teste 2, realizado 15 dias após a intervenção, foi 13,92(±2,68) (p=0,020). Houve diferença estatisticamente significativa nas médias obtidas entre o pré-teste e pós-teste imediato (p=0,005), com diferença de 0,62 pontos, e entre o pré-teste e o pós-teste 2 (p=0,005), diferença de 1,05 pontos. A cartilha educacional “Bulying transfóbico em estudantes trans” reduziu significativamente o preconceito dos professores do Ensino Fundamental II relativo à diversidade de gênero, e é um recurso pedagógico inovador para capacitação de professores, podendo ser utilizada pela Enfermagem na Educação em Saúde com essa população. A redução do preconceito contra diversidade de gênero constitui elemento importante para a prevenção do bullying transfóbico e combate às desigualdades e vulnerabilidades sociais à que as pessoas transgênero estão submetidas.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1175072 - EDNALDO CAVALCANTE DE ARAUJO
Interna - 1963086 - TATIANE GOMES GUEDES
Interna - 1110261 - ESTELA MARIA LEITE MEIRELLES MONTEIRO
Externa ao Programa - 1652643 - ZAILDE CARVALHO DOS SANTOS - UFPEExterna à Instituição - JAQUELINE GOMES DE JESUS - UFRRJ
Externa à Instituição - MARIA FÁTIMA DE SOUSA - UnB
Notícia cadastrada em: 16/06/2023 08:23
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