Banca de QUALIFICAÇÃO: LUCAS FERREIRA DE ALMEIDA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: LUCAS FERREIRA DE ALMEIDA
DATA : 16/11/2022
LOCAL: VIDEOCONFERÊNCIA
TÍTULO:

Desenvolvimento de Comprimido Mucoadesivo de Liberação Prolongada para o Tratamento de Candidíase Vaginal a partir de Eugenia uniflora L.


PALAVRAS-CHAVES:

Pitanga; fenólicos; Candida spp.; polímeros; compatibilidade


PÁGINAS: 146
RESUMO:

A candidíase vulvovaginal é a segunda maior causa de vaginites e pode atingir 75% das mulheres pelo menos uma vez na vida, afetando significativamente a qualidade de vida. Os medicamentos utilizados no tratamento convencional dessa patologia apresentam efeitos adversos importantes e vem enfrentando um aumento dos casos de resistência fúngica. Nesse contexto, o estudo de plantas entra como fonte para o desenvolvimento de novos medicamentos fitoterápicos, podendo ser inseridos em formas farmacêuticas sólidas mucoadesivas capazes de promover ação local prolongada. Portanto, este estudo teve como objetivo desenvolver comprimidos mucoadesivos de liberação prolongada a partir de Insumo Farmacêutico Ativo Vegetal (IFAV) das folhas de Eugenia. uniflora para o tratamento tópico de candidíase vulvovaginal. De início, a composição química das folhas de E. uniflora foi determinada por CCD e posteriormente por UV-vis e CLAE integrados a um planejamento de mistura simplex centroide. A atividade antimicrobiana foi determinada e caracterizada, e avaliou-se a capacidade antioxidante e o potencial tóxico in vitro. A toxicidade in vivo dos extratos foi explorada em dose única (2000 mg/kg) em camundongos por via oral. Para a avaliação da toxicidade subaguda, acompanhou-se um tratamento diário com os extratos em diferentes doses (250, 500 ou 1000 mg/kg) por 28 dias, sendo investigados quanto a ocorrência de alterações comportamentais, bioquímicas, hematológicas e morfológicas de múltiplos órgãos. Também foi avaliada a genotoxicidade in vivo dos extratos em eritrócitos murinos por meio do ensaio do micronúcleo. Com base nesses estudos, o extrato mais promissor foi caracterizado e analisado em misturas binárias com excipientes (1:1, p/p) por meio de DTA, TG e FTIR, que com o auxílio de técnicas quimiométricas (PCA e HCA), avaliou-se indícios de incompatibilidade. Como resultado, o teor de flavonóides variou em 2,63-7,98% p/p e taninos em 5,42-18,29%p/p. Os extratos foram compostos por ácido gálico (0,09-1,29%; p/p), ácido elágico (0,09-0,37%; p/p) e miricitrina (0,18-1,20%; p/p). O sistema solvente de maior sucesso foi água: etanol: propilenoglicol resultando em extrato de maior nível de atividade (AEP). Os extratos apresentaram propriedades fungicidas (3,9 μg/mL) e o EAP foi capaz de reduzir a ocorrência de importantes formas de resitência de C. albicans e inibir efetivamente a fase log de crescimento deste microsganismo; apresentaram também alta atividade antioxidante (IC50: 9,50 μg/mL) baixa toxicidade e biocompatibilidade preliminar in vitro. Doses únicas de 2000 mg/Kg não revelaram sinais de toxicidade in vivo. Doses diárias de H2O não apresentaram riscos, entretando, EtOH (500 e 1000 mg/kg) e EAP (1000 mg/kg) administrados por 28 dias induziram uma leve alteração nos parâmetros bioquímicos. Esses extratos, por outro lado, reduziram os níveis séricos de colesterol e triglicerídeos em camundongos. Além disso, não apresentaram danos genéticos no ensaio do micronúcleo nas doses testadas (1000 e 2000mg/kg), indicando a ausência de genotoxicidade. Diante destes resultados, o extrato AEP mostrou-se o mais adequado para compor o estudo de pre-formulação. No estudo de compatibilidade, indícios de interação AEP-excipientes farmacêuticos foram verificados por DTA, TG e nas PCAs e HCAs correspondentes, entretanto, foram descartadas incompatibilidades químicas por FTIR com o auxilio das técnicas de reconhecimento de padrão. Assim, foi considerado que os insumos dióxido de silício coloidal, estearato de magnésio, carbopol, celulose microcristalina 101, hidroxipropilmetilcelulose e quitosana estão aptos a integrar a formulação contendo AEP. Portanto, este estudo permitiu a obtenção de extrato otimizado das folhas de E. uniflora (AEP) com alto teor de fenólicos, com comprovada eficácia antifúngica e segurança,configurando uma alternativa promissora para aplicação como IFAV na produção de comprimidos mucoadesivos. 



MEMBROS DA BANCA:
Interna - 1211746 - ELBA LUCIA CAVALCANTI DE AMORIM
Presidente - 1666905 - JOSE LAMARTINE SOARES SOBRINHO
Externo à Instituição - JOÃO AUGUSTO OSHIRO JUNIOR - UEPB
Notícia cadastrada em: 10/11/2022 17:46
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