RESPOSTA IMUNE CELULAR E HISTOPATOLOGIA INTESTINAL FRENTE À LEVEDURA PROBIÓTICA NO TRATAMENTO DA ESQUISTOSSOMOSE EXPERIMENTAL CRÔNICA
Esquistossomose; Schistosoma mansoni; Saccharomyces boulardii; Praziquantel; Probióticos
A mortalidade por esquistossomose ocorre principalmente na fase crônica, em sua forma hepato-esplênica. As alterações fisiopatológicas são decorrentes da deposição de ovos nos tecidos desencadeando a reação inflamatória granulomatosa mediada por células T CD4. Os probióticos são microorganismos vivos que quando administrados em quantidades adequadas exercem sua atividade através da redução do pH intestinal, produção de ácidos orgânicos, produção de substâncias com atividade antimicrobiana, entre outras. Saccharomyces boulardii é uma levedura probiótica bem caracterizada e comercialmente disponível. Esse probiótico foi aliado ao tratamento da esquistossomicida com praziquantel para avaliar seus efeitos sobre a resposta imunológica e os danos da mucosa intestinal em camundongos Swiss webster (Mus musculus) infectados com Schistosoma mansoni. Para avaliação da atividade probiótica, os microorganismos foram extraídos do suplemento Florastor Lyo®, cultivados e mantidos no Laboratório de Fisiologia e Bioquímica de Microorganismos do Departamento de Antibióticos – UFPE. Infectados aos 45 dias de nascidos, por via percutânea com 50 cercárias de S. mansoni (cepa BH), os animais foram divididos em sete grupos com 10 camundongos fêmeas, e receberam o tratamento com probiótico em diversas fases da doença para averiguar se existe um maior efeito do microrganismo em determinadas fases da doença, bem como constatar se o efeito é profilático ou terapêutico. O efeito desse tratamento sobre a resposta imunológica celular ainda será investigado a partir da cultura de células esplênicas por dosagens de citocinas Th1/Th2/Th17 (IL-2, IL-4, IL-6, IFN-γ, TNF, IL-17A e IL-10) e a frequência de células Treg (CD4+CD25+Foxp3+). As alterações intestinais foram investigadas pela dosagem de citrulina, análises histopatológicas e histomorfométricas da mucosa jejunal. Até o momento, foi observado um maior efeito de redução da carga parasitária nos grupos em que houve um maior tempo de administração do probiótico diariamente. Os efeitos foram proporcionais ao tempo de administração, independente da fase em que os animais foram submetidos ao tratamento com o probiótico. Ao final, espera-se que a utilização desses probióticos em pacientes portadores da esquistossomose constitua-se em uma boa estratégia, podendo contribuir junto à terapia esquistossomicida do praziquantel com a recuperação da mucosa intestinal muitas vezes comprometida de forma irreversível.