REPRESENTAÇÕES SOCIAIS E EDIÇÃO GENÉTICA DE EMBRIÃO HUMANO ENTRE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS
Edição Genética de Embrião Humano; Teoria das Representações Sociais; Bioética.
Como se estruturam os elementos presentes no campo representacional da edição genética de embrião humano? Em qual contexto os indivíduos tendem a posicionar-se de modo mais favorável à potencial aplicação da técnica em circunstâncias cotidianas? Este trabalho intencionou responder essas perguntas através da análise de conteúdos de representação social e de sua relação com as atitudes sobre edição genética de embrião humano entre os estudantes de ciências biológicas, psicologia e direito. Metodologicamente, o desenho de pesquisa possui teor explicativo, utilizando análises quantitativas sobre dados quantitativos e qualitativos. Como hipóteses, sistematizamos quatro eixos: H1 - Ser praticante de religião interfere no posicionamento mais ou menos favorável dos sujeitos frente ao objeto; H2 - A orientação política interfere na atitude dos sujeitos frente ao objeto; H3 - Estudantes de Direito, Ciências Biológicas e Psicologia representam objetos conflituosos do campo bioético de modos distintos; e H4 - A finalidade para qual será utilizada a técnica de edição genética de embrião humano torna o sujeito mais ou menos favorável à prática da mesma. As hipóteses deste trabalho foram confirmadas, uma vez que pudemos enxergar através dos dados a saliência dessas variáveis, ora atuando nos processos de objetivação, ora implicadas nos sistemas de ancoragens, que se ligam também a dimensão atitudinal sobre a técnica. A proximidade com o grupo afetado por uma doença ou deficiência, ou até ser membro desses grupos, altera o modo como esses sujeitos constroem crenças e se posicionam frente a prática da edição genética. Este campo de pesquisa é envolto de controvérsias e divergências, a começar pelo caráter ambíguo da condição do embrião. Esse status diverge entre os grupos sociais por não existir um consenso sobre quando se inicia a vida humana, ou quando se deve atribuir a um embrião o status de pessoa de direitos, que se submete às leis, moral e ética humana.