PPGGEOCFCH PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA - CFCH DEPARTAMENTO DE CIENCIAS GEOGRAFICAS - CFCH Teléfono/Ramal: No informado

Banca de DEFESA: ANDERSON CAMARGO RODRIGUES BRITO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ANDERSON CAMARGO RODRIGUES BRITO
DATA : 02/03/2023
HORA: 14:00
LOCAL: Sessão remota de videoconferência
TÍTULO:

RIO JAGUARIBE, DAS ENTRADAS AOS AÇUDES: A GUERRA COMO FUNDAMENTO DA FORMAÇÃO TERRITORIAL DO CEARÁ


PALAVRAS-CHAVES:

Rio Jaguaribe. Ceará. Formação Territorial. Água. Guerras Coloniais.


PÁGINAS: 315
RESUMO:

O Rio Jaguaribe está localizado no Estado do Ceará e perfaz uma bacia hidrográfica que abrange mais da metade do território do referido Estado. O local de seu nascedouro ocorre nas fontes do Rio Carrapateira no limite do município de Mombaça/CE, seu alto curso termina no local de encontro com os aportes hídricos recebidos pela sub-bacia do Rio Salgado advindos da Chapada do Araripe. Seu médio curso culmina  na  formação  de  grandes  reservatórios  que  acumulam águas advindas de outra sub-bacia, Banabuiú, e do Salgado. Seu baixo curso segue a depressão sertaneja tendo foz no Atlântico entre os municípios de Fortim e Aracati. O Jaguaribe possui hoje  um  percurso  controlado  por 80 reservatório de água e três transposições de bacias hidrográficas, grandes projetosqueculminamos cem anos de obras de enfrentamentosàs secas que consolidaram a Solução Hidráulica e a Vocação Agrícola como duas ideologias espaciais definidoras da atuação do Estado. Esse estudo analisa a formação territorial do Ceará a partir dos processos de controle territorial do Rio Jaguaribe, manuseia  conceitos  como  Bacia Hidrográfica e Ciclo  Hidrológico  a  partir  de  um  viés  territorial  buscando  entender  a territorialização  do  capitalismo  e  a  formação  do  Estado  territorial.  A  pesquisa  parte  do pressuposto que é possível entender a dinâmica de produção da sociedade capitalista a partir das  águas  e  objetiva  mais  especificamente  analisar  a  dinâmica  de  realização  dos  rios  na constituição  das  Geografias  originárias  nos  sertões  e  a  guerra como imperativo espacial da Geografia colonial; investigar os sentidos territoriais da colonialidade do poder e o lugar dos rios nos sertões como caminhos de entrada e instrumentos de reprodução da Geografia colonial; analisar  as  estratégias  de  gestão  territorial  do  Jaguaribe  como  fundamento  da  formação  do Estado  territorial.  O estudo conclui que os rios, no processo de expansão territorial da colonização, não foram mobilizados apenas como caminhos de entradas, a imposição de uma cognição da dinâmica desses pela Coroa foi fundamental para produzir uma sociedade colonial nos sertões. Para ocupar, sinalizar e ordenar o território, fundar na sequência vilas de índios, as primeiras vilas coloniais e consolidar extrações econômicas utilizando a força dos  rios dominados, foi necessário instituir um novo regime de origem e criação  desses rios fazendo com que suas águas movessem a expansão de uma outra razão de entendimento da natureza. O estudo analisa as guerras coloniais em suas dimensões produtivas e financeiras; consolidando-se como um instrumento de produção de riqueza no Novo Mundo, a conversão dos rios em mecânica de entradas só foi possível com a imposição de uma guerra contínua que fez dos aldeamentos e das primeiras vilas instrumentos  territoriais de reelaboração do extermínio, confinamento e redução como instrumentos de territorialização do Estado e de formação da sociedade senhorial. Das entradas até a construção dos primeiros grandes açudes, o autor analisa como o controle e  comportamento  do  Rio  Jaguaribe  se  constituiu  como  um  instrumento fundamental de gestão da força de trabalho e formação da ordem social latifundiária.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - EGUIMAR FELÍCIO CHAVEIRO - UFG
Presidente - 1541856 - CLAUDIO UBIRATAN GONCALVES
Externo à Instituição - MANOEL FERNANDES DE SOUSA NETO - USP
Externa à Instituição - RAQUEL MARIA RIGOTTO - UFC
Externo à Instituição - VALTER DO CARMO CRUZ - UFF
Notícia cadastrada em: 01/03/2023 14:53
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