A NOVA PAULISTA: RENOVAÇÃO URBANA E RE-SIGNIFICAÇÕES DO USO DO ESPAÇO DO CENTRO DE PAULISTA
Paisagem. Renovação urbana. Políticas públicas. Mercado imobiliário. Preservação. Valorização. Espaços públicos. Paulista/PE.
Este estudo tem como propósito a realização de um debate reflexivo e contemporâneo relacionado ao conceito de produção do espaço urbano. Tal qual aborda a importância da paisagem historicamente produzida como um bem patrimonial que constantemente foi/é valorizado. Esse patrimônio e identidade, social, cultural e economicamente construído, que é a paisagem, encontra-se em processo de desconstrução por recorrentes políticas públicas de desvalorização da história da cidade e pela utópica ideia de Renovação Urbana que resultará em uma nova "imagem" de cidade. O recorte espacial abordado aqui será a área central da cidade de Paulista/PE e a linha temporal compreendida será a partir da década de 1990 até os dias atuais, separados em diferentes momentos históricos, de acordo com as diferentes formas de apropriação da paisagem e consequentemente a sua desconstrução para a renovação urbana. Para tanto, apoia-se na literatura geográfica, principalmente na abordagem da Geografia Urbana e mais precisamente na concepção dos processos de produção e estruturação do espaço urbano, tendo como protagonistas desse processo uma produção comandada pela coalizão entre empresas e Estado de um lado e a sociedade de outro. Desta forma, foi proposto a problematização das relações entre renovação urbana e produção de valor do espaço, tal como concebida por Harvey (1984), colocando-a em diálogo com as contribuições de Santos (2006), Vargas e Castilho (2006) sobre as ressignificações do uso. Assim, a investigação busca a partir da compreensão de uma nova Divisão Territorial do Trabalho – DTT, um evento ocorrido, em função do fechamento das fábricas têxtis de Paulista/PE, tendo como resultado a produção de áreas ociosas no centro da cidade que por sua vez estão sendo apropriadas pelo mercado imobiliário num processo de renovação urbana e valorização do espaço, alterando assim a percepção das pessoas que vivenciam a produção do espaço do centro.