TRAJETÓRIAS SOCIOESPACIAIS DE ESTUDANTES NEGRAS DO CURSO DE GEOGRAFIA DA UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI, EM CRATO-CEARÁ
Mulheres negras. Trajetórias socioespaciais. Universidade. Geografia.
As diversas violências sofridas por mulheres negras dentro da academia estão atreladas ao gênero, raça e classe, e contribuem para que o racismo, sexismo e capitalismo se fortaleçam enquanto fonte de manutenção para condições estruturantes das relações sociais. Como exemplo disso, há o silenciamento de pesquisas realizadas por mulheres negras no ambiente acadêmico, causando marcas em suas vidas e as tornando praticamente inacessíveis dentro desses espaços. Porém, para além dessas violências, é importante pensarmos o espaço da universidade também como palco de resistências e vitórias para a população negra, especialmente falando a partir do “ser mulher negra”, partindo da ideia de que o ingresso de mulheres negras no ensino superior, tem se intensificado nos últimos anos e crescido significativamente, caracterizando-se como um importante avanço e resultado das ações afirmativas. A partir disso, procura-se analisar e refletir sobre as trajetórias socioespaciais de estudantes negras do curso de Geografia da Universidade Regional do Cariri – URCA, em Crato – Ceará, e compreender em que medida a discriminação de gênero de raça afeta corporal e territorialmente suas vidas, a partir de suas histórias de vida, considerando suas relações sociais e dimensões espaciais tomadas a partir do acesso à universidade e seus mecanismo construídos para o enfrentamento ao racismo e sexismo dentro desses espaços. Metodologicamente, o estudo se ampara no método de “escrevivências” em uma abordagem qualitativa, e trilha caminhos que possibilitem uma análise a partir das próprias narrativas dos sujeitos, como, o levantamento bibliográfico, principalmente no campo geográfico; a coleta de dados, tendo as entrevistas semiestruturadas individuais como aporte para realização, com um roteiro de perguntas apoiado em teorias e hipóteses relacionadas com o tema apresentado, sendo flexível no momento da aplicação e contribuindo para o desenvolvimento da interação entre pesquisadora e entrevistadas.