O QUE NOS CONTA A PRÁTICA DE EMPODERAMENTO DE MULHERES NEGRAS NO CONTEXTO COMERCIAL DO AGRESTE PERNAMBUCANO?
Negros; movimentos de consumo ativista; empoderamento como dispositivo; Análise de Discurso Foucaultiana; CCT.
O consumo é um aspecto fundamental em nossas formas sociais, promovendo estilos de vida, identidades e individualidades. Mesmo constituindo mais da metade da população brasileira, o consumidor negro ainda não se vê representado nesse campo, mesmo já tendo exercido pressão sobre a indústria. O fato não diverge do que ocorre com os negros em outros países, nem em outros espaços de poder nas variadas estruturas sociais. O consumo ativista representa um dos movimentos de reinvindicação que busca transformar a ordem social em torno do consumo, sendo sustentado pelo discurso de empoderamento. O termo além de assegurar vários movimentos de exclusão, permeia a noção de autonomia, sendo uma categoria analítica de campos de conhecimento, uma ferramenta utilizada por governos, organizações da sociedade civil, agencias de desenvolvimento, mercado e consumidores. Sendo atravessado por uma rede de poder, com base em Michel Foucault, propomos entender o empoderamento como dispositivo e revelar que saberes embasam sua prática no consumo ativista negro do Agreste de Pernambuco. Selecionamos a marca caruaruense AYÔ para um estudo de caso instrumental e o corpus será formado a partir de sua comunicação e interação com consumidores no Instagram. Adotaremos a Análise de Discurso Foucaultiana (ADF) e esperamos contribuir com a abordagem da CCT ao evidenciar como complexas dinâmicas estão envolvidas nas práticas de consumo, pois uma rede de força opera sobre o consumidor.