As implicações das Teorias da Conspiração na confiança nas Instituições Públicas brasileiras
Teorias da Conspiração. Instituições Públicas Brasileiras. Personalidade. Ideologia Política. Mídias Sociais.
As Teorias da Conspiração são um dos fenômenos desinformativos utilizados atualmente por líderes eleitos ou que almejam alcançar o poder para levantar suspeitas sobre os governos, as instituições de pesquisa, os partidos políticos e os sistemas jurídicos, a fim de despertar sentimentos de ceticismo, frustração e indignação na população e, assim, angariar mais apoio político. No Brasil, a disseminação de teorias conspiratórias está relacionada a problemas sociais graves, como hesitação vacinal, invasão de instituições democráticas e crimes eleitorais. A literatura aponta que existem fatores que podem contribuir para a crença em Teorias da Conspiração, como a sociodemografia, os traços de personalidade, a ideologia política e as faixas geracionais. Contudo, de acordo com Rezende, Gouveia e Moizéis1 (2021), as pesquisas sobre o tema se concentram no contexto internacional, conhecendo-se pouco a respeito do contexto brasileiro. Diante disso, são propostos 3 (três) estudos: (1) um para identificar se a crença em teorias da conspiração, mediada pelo baixo nível de escolaridade, pela baixa faixa de renda e pela faixa etária, aumenta a desconfiança nas instituições democráticas; (2) um para identificar se a crença em teorias da conspiração, mediada pelos traços de personalidade, pela ideologia política e pela religiosidade, aumentam a desconfiança nas instituições democráticas; e (3) um para identificar se a desinformação é um fator mediador entre a crença em Teorias da Conspiração e a confiança nas instituições públicas brasileiras. Em uma época de fragilidade institucional, a informação vem sendo usada para minar a confiança da população nas instituições públicas, trazendo consequências graves para a vida em sociedade. Assim, a pesquisa busca trazer contribuições teóricas para o tema, ainda pouco explorado em contexto nacional, a fim de auxiliar na proposição de políticas públicas que possam fortalecer a confiança da população nas instituições públicas brasileiras e, assim, permitir que o Estado continue atuando no interesse do povo e garantindo seu bem-estar social e econômico, sem correr o risco de o poder cair nas mãos de interesses particulares. O estudo classifica-se como quantitativo de levantamento, sendo os dados coletados com estudantes, docentes e técnicos administrativos de Instituições de Federais de Ensino Superior (IFES), com sexo, idade, escolaridade e renda variadas, por meio de questionário eletrônico. A análise dos dados será feita através de cálculos matemáticos e estatísticos, como a Estatística Descritiva, os coeficientes de correlação e a análise de variância, dando-se ênfase à Teoria das Facetas. Os achados serão expressos sob a forma de Mapa Conceitual para interpretação teórica e por meio de gráficos e tabelas para expressão quantitativa.