Espectroscopia, RMN, luminescência, solventes.
Na presente pesquisa, realizamos uma análise abrangente por meio de Ressonância Magnética Nuclear (RMN) e espectroscopia de luminescência para investigar a influência da distância entre pares iônicos na estrutura de complexos aniônicos de íons lantanídeos, em diferentes solventes. Os dados de RMN de pseudocontact shift e efeito nuclear Overhauser revelaram a presença de pares iônicos de contato (CIP) em solventes apolares, como benzeno, clorofórmio e diclorometano. Essa maior proximidade iônica provocou uma distorção no poliedro de coordenação do íon Eu3+, resultando na diminuição da simetria e no aumento da luminescência. A diminuição na simetria foi confirmada pelas análises das transições do íon Eu3+ e cálculos computacionais com o modelo RM1. Por outro lado, em solventes polares, como acetona e acetonitrila, os resultados de RMN indicaram a existência de pares de íons separados pelo solvente (SSIP). Nesse cenário, o complexo de európio assumiu uma estrutura de simetria mais elevada, reduzindo sua eficiência quântica em 22% nos solventes polares. A análise da transição 5D0→7F0 do íon Eu3+, aliada aos cálculos computacionais, sugeriu que em solventes apolares o poliedro de coordenação exibe simetria C1, enquanto em solventes polares apresenta simetria D2d ou S4. Esses resultados não apenas expandem nosso entendimento sobre os mecanismos de interação iônica em complexos de lantanídeos, como também têm implicações significativas para a modulação da luminescência desses sistemas em diferentes solventes.