RELAÇÕES DE PODER E UNIDADE PRISIONAL FEMININA: A INFLUÊNCIA DAS MASCULINIDADES NAS RELAÇÕES ENTRE ENCARCERADES
relações de poder, gênero, sexualidades, pessoas privadas de liberdade
A presente pesquisa tem o intuito de analisar as relações de poder e a relação com
as identidades de gênero e as sexualidades entre as pessoas privadas de liberdade
na Colônia Penal Feminina de Recife, a maior penitenciária feminina de
Pernambuco. A pesquisa pretende compreender as características e as
performatividades comuns ao gênero masculino e a dinâmica das masculinidades
nas relações sociais e afetivas em um local predominantemente habitado por
mulheres. Para o desenvolvimento do trabalho, partimos da seguinte pergunta: quais
as influências das diferentes identidades de gênero e orientações afetivas e sexuais
nas relações de poder entre as pessoas privadas de liberdade na Colônia Penal
Feminina de Recife? Para responder à pergunta de pesquisa, elaboramos o objetivo
geral que se propõe a analisar as relações de poder de acordo com as identidades
de gênero e as orientações afetivas e sexuais entre os presos que estão na Colônia
Penal Feminina de Recife. E sobre os objetivos específicos: examinar as relações
sociais de lésbicas, mulheres bissexuais, homens trans e pessoas com o espectro
de gênero masculino com mulheres cisgêneras e heterossexuais na CPFR; verificar
as práticas discursivas de lésbicas, mulheres bissexuais, homens trans e pessoas
com o espectro de gênero masculino e o poder que esses discursos exercem
perante mulheres cisgêneras e heterossexuais em um local predominantemente
composto por mulheres; compreender a relação entre LGBTfobia, patriarcado,
masculinidades e machismo nas relações sociais entre pessoas privadas de
liberdade. O referencial teórico se desenvolve através de autores como Michel
Foucault, Pierre Bourdieu, Berenice Bento, Raewyn Connell, Guacira Lopes Louro,
Rita Laura Segato e Judith Butler, o estudo se aprofundará em temas como relação
de poder, identidades de gênero e sexualidades. A metodologia proposta é a
realização de uma pesquisa exploratória, subsidiada por uma abordagem qualitativa.
Os métodos utilizados serão a coleta de dados através de entrevistas, além da
pesquisa documental e bibliográfica. A análise dos dados será através da análise de
conteúdo de Laurence Bardin (2016). Como resultado, espera-se compreender a
forma como o machismo e o patriarcado são reproduzidos e se desenvolvem entre
essas pessoas. Além disso, espera-se ampliar as discussões no campo acadêmico e
social acerca do tema aqui proposto.