O trabalho aborda os impactos socioambientais e culturais da construção de usinas hidrelétricas em territórios indígenas, com foco na comunidade Tuxá, de Rodelas, Bahia. Enfatizando as mudanças territoriais e identitárias desencadeadas pela Usina Hidrelétrica Luiz Gonzaga (UHELG) e o processo de reassentamento das populações indígenas. A pesquisa destaca a interação entre sociedade e ambiente natural, considerando as dinâmicas de poder e as representações culturais que moldam o conceito de território e territorialidade. A metodologia inclui a avaliação dos impactos socioambientais na cultura Tuxá, o mapeamento do uso e ocupação do solo por meio de imagens de satélite do Projeto MapBiomas e a aplicação de questionários para avaliar a percepção socioambiental da comunidade. Além disso, também será considerado o histórico de injustiças ambientais e as políticas que facilitaram grandes obras em territórios indígenas, avaliando os acordos e as consequências da inserção de práticas econômicas externas. Os resultados preliminares apontam para uma alteração significativa do uso e ocupação do solo em Rodelas, com um aumento na disponibilidade hídrica e uma expansão de áreas urbanas e agropecuárias, em detrimento das áreas de vegetação nativa. Os dados coletados revelam as implicações dessas transformações na vida da comunidade Tuxá, evidenciando perdas em suas práticas tradicionais e em sua identidade cultural. Conclui-se que a imposição de barragens no Brasil tem repercussões profundas nas populações indígenas, reiterando a necessidade de estratégias de desenvolvimento que respeitem os direitos e a cultura dessas comunidades. Por fim, ressalta-se a importância da inclusão dos povos indígenas na gestão dos recursos naturais e na formulação de políticas sustentáveis, promovendo a justiça ambiental e o reconhecimento da territorialidade indígena.