PLANO URBANÍSTICO EM ÁREA RIBEIRINHA:
Conflitos entre os interesses econômicos e sociais na promoção da sustentabilidade
Conflitos Socioambientais; Desenvolvimento Sustentável; Rio Capibaribe; Planejamento Urbano; Rios urbanos; Segregação Socioespacial.
Recife possui intrínsecas relações com o rio Capibaribe, o qual pode ter papel fundamental no desenvolvimento sustentável da cidade, sendo, portanto, essencial para a dinâmica social, ambiental e econômica locais. Porém, ele, também, atua como uma barreira que segrega áreas com fortes contrastes sociais, onde a vulnerabilidade social se destaca pela precariedade das moradias de baixa renda, ao mesmo tempo em que as classes dominantes também habitam algumas dessas áreas, atraindo investidores imobiliários, inclusive ameaçando a permanência daqueles moradores na área. O PURA Capibaribe (Plano Urbanístico e de Recuperação Ambiental do Capibaribe) aparece nesse cenário, apresentando premissas calcadas no discurso da sustentabilidade embasando diretrizes que visam integrar o tecido urbano com a Natureza. No entanto, na sua elaboração, a participação social não ocorreu de modo consciente, integrando as diferentes classes sociais, mas vem reforçando a desigualdade na forma pela qual a população de diferentes níveis de renda se apropria dos espaços públicos de acordo com os planos vigentes. Diante disto, é preciso dar continuidade aos estudos que identificaram as desigualdades também no âmbito da participação da gestão urbana, buscando entender como o PURA Capibaribe atua, considerando os diferentes interesses pelas áreas ribeirinhas a fim de entender como os planos urbanísticos são influenciados, preponderantemente, pelos interesses capitalistas, e dando destaque ao papel das populações de baixa renda. Desta forma, este estudo tem como objetivo geral analisar como um plano urbanístico para área ribeirinha pode promover a sustentabilidade para toda a coletividade social, coexistindo com os interesses econômicos. Espera-se, portanto, que esta pesquisa evidencie os desafios que precisam ser enfrentados para a promoção da efetiva sustentabilidade, começando pela defesa da inclusão e participação social dos moradores atingidos nos planos urbanísticos, a fim de superar o quadro de desigualdade e injustiça social no espaço urbano pelo acesso à Natureza.