“AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DO TRATAMENTO COM HIDRALAZINA NA LESÃO RENAL INDUZIDA PELA OBSTRUÇÃO URETERAL UNILATERAL EM RATOS”
Lesão renal; Hidralazina; Obstrução Ureteral Unilateral; Estresse oxidativo
A doença renal crônica (DRC) é um problema de saúde pública. A DRC tem progressão lenta e geralmente é detectada apenas nos estágios finais, quando o paciente já está próximo da necessidade de terapia renal substitutiva. As principais características fisiopatológicas da lesão renal estão relacionadas ao dano na barreira de filtração glomerular, com elevação de ureia e creatina séricas. Porém apesar de conhecida, as abordagens terapêuticas para a DRC ainda permanecem escassas. Nesse sentido, terapias que envolvam proteção contra os mecanismos de desenvolvimento da lesão são extremamente relevantes. A hidralazina é um vasodilatador periférico que tem se mostrado com efeito protetor sobre a lesão renal, assim, compreender quais os mecanismos relacionados à proteção podem auxiliar o seu uso na clínica para DRC. Ratos Wistar (n=16) foram submetidos a obstrução ureteral unilateral, e foram divididos em dois grupos (OUU) e um grupo que recebeu o tratamento com hidralazina (5mg/kg em dias alternados; HD) e outra parte dos animais (n=8) foi submetido à uma cirurgia simulada (Sham). Após 10 dias da cirurgia, os animais foram eutanasiados e a urina, sangue e rins foram coletados. A avaliação após 24h da indução da lesão renal mostrou que os animais que sofreram OUU apresentaram maiores níveis séricos de creatinina do que o grupo Sham (p<0,05). Após 10 dias da cirurgia, os animais que receberam o tratamento com HD apresentaram redução dos níveis séricos de ureia e creatinina (p<0,05) em relação ao grupo OUU. Para avaliar as vias relacionadas ao desenvolvimento da lesão renal, a produção basal de ânions superóxido e pela atividade da NADPH Oxidase foram mensuradas: o tratamento com hidralazina reduziu ambos os parâmetros em relação ao grupo OUU. Na avaliação da peroxidação lipídica, foi identificado que os animais tratados com HD também apresentaram proteção antioxidante. As enzimas antioxidantes superóxido dismutase e catalase apresentaram maior atividade no grupo tratado com hidralazina em relação ao grupo OUU. Nossos resultados indicam que os efeitos protetores da hidralazina podem estar relacionados à proteção antioxidante por estímulo de enzimas antioxidantes e inibição da NADPH oxidase. Dessa forma, esses dados pré-clínicos podem contribuir para o reposicionamento farmacológico dessa droga na terapia da lesão renal.