A INFLUÊNCIA DA ESTRUTURA DE GOVERNANÇA
CORPORATIVA NA REMUNERAÇÃO ANORMAL DE
EXECUTIVOS
Remuneração anormal; overpayment; underpayment; Executivos;
Governança corporativa.
O objetivo da presente tese é investigar o efeito da governança corporativa como mecanismo
determinante de contratos de remuneração anormal de diretores executivos e CEO. Para isso,
foi realizada uma pesquisa quantitativa com empresas listadas na B3, usando dados de
demonstrações financeiras, bem como dos Formulários de Referência referentes ao período de
2011-2020. Utilizou-se, inicialmente, um modelo de regressão que mensura a remuneração
anormal como oriunda da parte não explicada pelas características representativas de
habilidade, esforço e desempenho dos executivos, podendo ser remuneração anormal positiva
(overpayment), remuneração anormal negativa (underpayment) ou remuneração anormal
geral. Os resultados encontrados demonstraram que a remuneração anormal é crescente ao
longo dos dez anos da pesquisa, sendo que os executivos são mais excessivamente
remunerados do que insuficientemente remunerados. A análise inferencial evidenciou que
conselhos mais numerosos tendem a apresentar maior remuneração anormal geral e
overpayment tanto para diretores executivos, quanto para o CEO. A análise da diversidade de
gênero nos conselhos evidenciou que a presença
feminina nos conselhos de administração
induz a contratos menos eficazes para a diretoria executiva. A proporção de membros
externos no conselho de administração é capaz de influenciar negativamente a remuneração
anormal geral e o overpayment de CEOs, indicando que a presença de membros externos nos
conselhos de administração tende a aumentar a eficácia dos contratos de remuneração para os
CEOs. Empresas que têm a presença de um comitê de auditoria demonstram maior
overpayment para diretores executivos e CEOs. Enquanto isso, a relação do CEO com o
controlador indicou associação negativa com o overpayment de diretores executivos e CEOs,
demonstrando a visão de turnover em que o CEO pode temer sua rotatividade ao não atender
aos interesses do investidor, tendendo a não influenciar os conselhos nos contratos de
remuneração. Em vista disso, conclui-se que a governança corporative, por meio do tamanho
do conselho, diversidade de gênero no conselho, proporção de membros externos no conselho
e comitê de auditoria influencia os contratos de remuneração anormal geral e overpayment.
Entretanto, a governança não é capaz de influenciar o underpayment, indicando que os
executivos exercem seu poder gerencial para aumentar seus pacotes de remuneração, mas não
o fazem para reduzi-los a níveis insuficientes.