SÍNTESE E AVALIAÇÃO TERMOMECÂNICA DE LIGA COM MEMÓRIA DE FORMA À BASE DE COBRE
Efeito memória de forma, Transformação martensítica, Tratamentos térmicos, Estabilização da Martensita
As ligas com efeito memória de forma são amplamente conhecidas como materiais inteligentes devido à capacidade de responder a estímulos externos, como, por exemplo, a mudança de temperatura, de forma funcional, com comportamentos característicos. Além disso, essas ligas são capazes de memorizar a forma apresentada antes de uma deformação e revertê- la quando submetida a estímulos térmicos, como resultado de um inerente processo de transformação de fase adifusional, entre a martensita e uma fase estável a alta temperatura (austenita). Esses materiais, ainda, podem ser treinados de forma a assumir uma geometria quando estiver na fase austenítica e outra quando estiver na fase martensítica. Esses comportamentos resultam dos fenômenos conhecidos como efeito memória de forma simples, efeito memória de forma reversível, comportamento tipo borracha e superelasticidade, que faz com que a utilização dessas ligas domine o campo de aplicações, desde o setor biomédico ao industrial, que necessitem de materiais ativos e que apresentem grande comportamento termoelástico. Com isso, o presente trabalho visa fabricar uma liga quaternária à base de cobre, por fusão a plasma, que apresente o efeito memória de forma, para posterior caracterização microestrutural nos estados bruto de fusão, homogeneizado, betatizado e envelhecido. Para isso, serão utilizadas técnicas de microscopia óptica e eletrônica de varredura, calorimetria diferencial exploratória, espectroscopia de energia dispersiva, espectroscopia de raios X, difração de raios X, além da avaliação do comportamento mecânico com técnicas de microdureza e análise dinâmico mecânica. Com isso, espera-se que a presença do cobalto, referente a 0,5% em massa, como elemento quaternário no sistema trabalhado, promova o refino de grão e, assim, melhore as propriedades mecânicas como ductilidade e capacidade de amortecimento, sem induzir a formação de precipitados que dificultam a mobilidade das interfaces de transformação, faz com que se altere as temperaturas do efeito memória de forma e modificam o comportamento termoelástico da liga. Além disso, espera-se que o tratamento térmico de envelhecimento aplicado reduza os níveis de lacunas resultantes do processo de betatização e, assim, amenize os efeitos da estabilização da martensita que é nocivo às aplicações desses materiais.