A RESILIÊNCIA NA CONCEPÇÃO DO PROJETO RECIFE PARA O RIO CAPIBARIBE.
Rio Capibaribe; paisagem; resiliência; sistema
A Cidade do Recife, no estado de Pernambuco, abriga três grandes bacias hidrográficas dos rios Capibaribe, Beberibe e Tejipió e os seus afluentes. Este sistema de corpos d’água é responsável por sua formação geológica que juntamente com a ação do homem, através de sucessivos aterros, moldaram o ambiente natural. Portanto, a forma como a cidade foi ocupada, construída e vivida está diretamente relacionada com as águas. A presente pesquisa se desenvolveu com foco no Projeto Recife, anunciado em 1979 pela Prefeitura da Cidade do Recife (PCR) como pioneiro dentre os projetos para o rio Capibaribe, poucos anos após a grande cheia de 1975. O objetivo geral é verificar aspectos da resiliência socioecológica nas intenções projetuais do Programa de Revitalização do Rio Capibaribe do Projeto Recife, que convergem para a compreensão de paisagem como um sistema. Naquele contexto, pode-se dizer que houve uma ação de planejamento no sentido de ordenar o ambiente social e natural no espaço urbano a partir da relação do homem com o meio ambiente. Sendo assim, a noção do projeto de paisagem foi considerada essencial para fazer a costura com o conceito de resiliência. A fundamentação teórica aportou a teoria de Besse (2014), Bertrand (1995) e Corajoud (2011) no campo da paisagem e em Walker (2006), Folke (2008), Bollettino (2019) e Laboy e Fannon (2016), no campo da resiliência socioecológica, além dos conceitos das Agências das Nações Unidas e outras entidades internacionais especializadas em resiliência. Como a ideia central da resiliência socioecológica é o caráter relacional, já que trata de interações entre o social e o natural, o processo construção de uma cidade que tem a presença da água marcante em seu território é um processo de construção da resiliência, que se adapta, se regenera e se constrói a cada gesto paisagístico.