TRAJETÓRIAS DO TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA NO BRASIL
Romantização, conflitos socioespaciais e proposta de avaliação
Turismo de Base Comunitária, Políticas Públicas de Turismo, Desigualdade Social, Conflitos Socioespaciais.
Esta pesquisa tem como objetivo principal estruturar o Índice de Desenvolvimento do Turismo de Base Comunitária no Brasil, aqui denominado de ID-TBC, a fim de contribuir para mensurar a efetividade desta modalidade de turismo e apontar caminhos que fortaleçam as iniciativas/projetos implementados nas comunidades tradicionais do país. Para subsidiar essa estruturação, foram mapeadas e estudadas 50 experiências brasileiras pioneiras, que se organizaram por meio recursos financeiros oriundos de chamamento público realizado em 2008 pelo Ministério do Turismo. Este estudo gerou a definição de dimensões de análise que orientaram a nossa discussão junto aos representantes de algumas iniciativas/projetos pesquisados e resultaram na confecção de mapas temáticos que ilustram a repercussão espacial de conflitos relacionados, especialmente, ao modelo de governança adotado, à participação comunitária, às estratégias de acesso ao mercado e às oportunidades de trabalho e renda geradas. Com base nessas discussões, o ID-TBC está ancorado em um conjunto de indicadores que foram validados e posteriormente testados na experiência da Resex Prainha do Canto Verde, comunidade tradicional localizada no litoral leste do Ceará e que faz parte da Rede Cearense de Turismo Comunitário (TUCUM), um dos projetos apoiados pelo governo federal em 2008. Desde a implementação das iniciativas/projetos pesquisados, a ausência de indicadores que demonstrem a relação entre as comunidades brasileiras e as ações combinadas entre o Estado e o mercado no desenvolvimento do Turismo de Base Comunitária impossibilitou a aferição dos seus resultados efetivos, tornando esta modalidade suscetível a análises romantizadas e pouco críticas, ocultando os conflitos e contradições que surgem no âmbito territorial.