Olinda quero contar: o frevo enquanto música dos trabalhadores urbanos negros e o Sítio Histórico de Olinda
Olinda, Frevo, Sitio Histórico, Negros, Musica
A ideia desse projeto de pesquisa surge através dos meus interesses e formação pessoais,
numa família de músicos, estudante de música clássica até os dezessete anos, as melodias
sempre estiveram presentes na minha vida e no meu dia a dia. O carnaval, minha segunda
paixão, é parte real dos grandes eventos que aguardo e me preparo durante boa parte do ano.
É inegável o papel da música e do frevo para o carnaval de Recife e Olinda, a marcha
fervilhante é que dá ritmo aos quatro dias de festa e a alegria dos foliões. O frevo faz parte da
história social do sítio histórico de Olinda, sobrevive a duras penas, embala os blocos e
desperta euforia e alegria naqueles que o ouvem, os espaços da cidade são pano de fundo
dessa vivência, que representa parte da cultura e história popular pernambucana. Assim o
frevo se mostra como um documento, do qual podemos acessar parte da história cultural da
cidade de Olinda, bem como das relações que alguns sujeitos estabelecem com ele.
A intenção deste projeto de dissertação é identificar a influência do frevo na afetividade dos
que com ele estabelecem uma relação e o espaço, quais sentimentos estão ligados ao ouvir
a marcha e quais lugares do sítio histórico estão integralmente ligados a esse processo
subjetivo, como ele influencia na memória da cidade e dos brincantes do carnaval
Além disso busca-se refletir como, sendo o frevo uma parte importante da cultura e da história
do carnaval de Olinda, e também do Recife, quais as motivações por traz do seu
reconhecimento tardio, porque a longa distância entre o entendimento de Olinda como
patrimônio mundial e do frevo, intimamente ligado a sua história e memória ter sido colocado
em questão muitos anos mais tarde