OLHOS NAS RUAS:
Morfologia, campos visuais e percepção de segurança urbana nas portarias de prédios em Boa Viagem
campos visuais, segurança urbana, portarias, recife
As morfologia urbana de edificações verticalizadas na cidade se associam a uma transformação da interface publica-privada. O enclausuramento e fechamento ao espaço público, é ao mesmo tempo resultante como contribuidor do aumento da sensação de medo na cidade. A percepção de criminalidade é um aspecto importante na avaliação da qualidade de vida das cidades, associado a mudanças de hábitos de moradia e relações de sociabilidade e urbanidade.
O medo urbano fomentou nas ultimas décadas a produção de uma tipologia edificada e morfologia espacial voltada para a segurança privada que como resutado intensificaram a percepção de vulnerabilidade ao crime.
As portarias ou guaritas se tornaram controladoras desta interface a ponte entre a edificação e a rua, atuando como o elemento de intervisibilidade, de vigilância como os “olhos nas ruas” defendidos por Janes Jacobs.
No entanto se observa uma tendência recente de aumentar a profundidade das portarias, de elevar do solo e utilizar câmeras e comunicação remota, de modo a evitar a proximidade da portaria com a rua.
A presente dissertação se dedica a análise da morfologia urbana e das tipologias de portarias em ruas deedifícios residenciais de Boa Viagem, Recife, estudando o papel da intervisibilidade publica-privada na percepção de risco a crimes. Para alcançar estes objetivos, serão analisadas ruas com diversas tipos de portarias, morfologia onde serão identificados áreas e extensão dos campos visuais. Tais dados serão correlacionados com uma investigação sobre percepção de risco e vulnerabilidade no espaço público segundo porteiros, moradores e frequentadores do bairro.