AUXÍLIO-MORADIA NO RECIFE: tensões e contradições no contexto de crise habitacional
Auxílio-moradia, Recife, Crise Habitacional, Desigualdades, Produção do Espaço Urbano.
O presente projeto de tese tem com o objetivo analisar o auxílio-moradia na cidade do Recife entre os anos de 2018 e 2021, a fim de compreender as tensões e contradições postas na conformação da política pública de habitação na cidade no atual contexto de crise habitacional. Dessa feita, parte da articulação das categorias: produção do espaço urbano, habitação, desigualdades socioespaciais e expropriações urbanas, para apreender que o auxílio-moradia hoje, pode ser visto como ação paliativa para a crescente crise habitacional que demarca o contexto urbano recifense, visto que muitas das famílias que o recebem perderam as habitações em desastres naturais ou situações de risco iminente, mas também atende sujeitos que esperam a conclusão de obras no campo da urbanização de favelas e saneamento básico, retiradas das áreas, consideradas insalubres e impróprias para moradia, mas que não foram realocados para conjuntos habitacionais. Do ponto de vista metodológico, a pesquisa, de base qualitativa e explicativa, sustentada na base materialista-dialética, agregará levantamentos de dados empíricos, entrevistas e visitas técnicas, bem como, organização de material teórico sobre a temática no período demarcado para estudo (2018-2021). A investigação busca responder a seguinte questão: quais as particularidades do auxílio-moradia no atual contexto de crise habitacional diante dos tensionamentos presentes na conformação da política pública de habitação na cidade do Recife entre os anos de 2018-2021? Nessa direção, foi traçada como hipótese de tese, que o auxílio-moradia se inscreve em um contexto de crise habitacional marcado por tensões e contradições que desvelam a opção política do Estado em não construir uma política habitacional efetiva que responda às demandas por moradia da população, que passa a ser invisibilizada nas disputas pela produção do espaço, não confrontando os processos de expropriação e acumulação no urbano.