Banca de DEFESA: PAULA DOURADO BUARQUE DE GUSMAO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : PAULA DOURADO BUARQUE DE GUSMAO
DATA : 30/09/2021
HORA: 09:00
LOCAL: GOOGLE MEET
TÍTULO:

EXAMINANDO AS ATIVIDADES MATEMÁTICAS REALIZADAS NO AMBIENTE FAMILIAR: COMPARANDO CRIANÇAS SURDAS E OUVINTES


PALAVRAS-CHAVES:

Crianças surdas; Crianças ouvintes; Atividades matemáticas; Ambiente familiar.


PÁGINAS: 74
RESUMO:

O presente estudo analisa e compara as atividades matemáticas realizadas por crianças surdas e ouvintes no ambiente familiar. Um estudo desta natureza pode contribuir para esclarecer a defasagem que crianças surdas apresentam acerca de conhecimentos matemáticos quando comparadas a crianças ouvintes. Uma das explicações para esta defasagem é que as experiências matemáticas no ambiente familiar das crianças surdas são limitadas, pois a surdez dificultaria as interações e o acesso a experiências importantes para a compreensão de noções matemáticas básicas. Se por um lado, pesquisas com crianças ouvintes mostram que as atividades matemáticas realizadas em casa contribuem para o desenvolvimento do raciocínio matemático, por outro lado, pouco se sabe acerca dessas atividades em relação às crianças surdas neste contexto. Devido à pandemia da COVID 19, informações sobre as atividades matemáticas das crianças surdas e ouvintes foram obtidas através de entrevistas realizadas por meio remoto com adultos responsáveis por essas crianças. Participaram da pesquisa 20 adultos, sendo dez responsáveis por crianças surdas oralizadas e dez responsáveis por crianças ouvintes. As crianças que eram alvo das entrevistas tinham idade entre 6 e 12 anos, estudantes do 1º ao 6º ano do Ensino Fundamental de escolas públicas e particulares. Os entrevistados foram solicitados a fazer observações das crianças-alvo no ambiente familiar e preencher uma folha de registro com informações detalhadas das atividades matemáticas realizadas por elas. As atividades registradas eram relativas a duas ou quatro horas de observação com cada criança-alvo, perfazendo um total de 30 horas de observação com as crianças surdas e 30 horas com as ouvintes. A partir desses registros e das entrevistas com os responsáveis foi possível identificar as atividades matemáticas realizadas pelas crianças-alvo em suas residências. As atividades foram analisadas em função da frequência com que ocorriam, do conhecimento matemático nelas envolvidos (contagem, medidas, conceitos aritméticos etc.), sendo classificadas em cinco tipos: lúdica, culinária, escolar, conversação e dinheiro. A análise foi qualitativa descritiva, a partir da natureza das atividades descritas nas entrevistas das observações realizadas pelos responsáveis das crianças-alvo. A classificação das atividades matemáticas foi definida por meio de discussão entre dois juízes. Os dados mostraram que os tipos de atividades identificadas entre as crianças surdas e ouvintes foram os mesmos. A diferença ocorreu quanto à concentração de atividades, uma vez que entre as crianças ouvintes observou-se uma média de 1,3 atividades por hora, enquanto entre as crianças surdas a média foi de 0,8. Comparações entre as crianças surdas e ouvintes revelou que atividades matemáticas de conversação foram bem mais frequentes entre as crianças ouvintes do que entre as surdas, como também envolviam uma maior diversidade de conhecimentos matemáticos do que aquelas realizadas pelas surdas. Observou-se também que as crianças surdas tendiam a interagir com um menor número de pessoas nessas atividades do que as ouvintes. As atividades lúdicas e escolares eram as mais frequentes entre as crianças surdas, enquanto as atividades de conversação e as lúdicas eram as mais comumente realizadas pelas ouvintes. Em relação aos conhecimentos matemáticos envolvidos nas atividades, os dados mostraram que conhecimentos aritméticos foram os mais identificados, estando mais presentes em atividades escolares do que nos demais tipos, caracterizando assim as atividades das crianças surdas. As crianças ouvintes, por sua vez, realizavam atividades que envolviam conhecimentos sobre medidas e grandezas e quantificações, comumente presentes nas atividades de conversação. Os dados desta pesquisa sugerem que a maior diferença presente nas atividades matemáticas realizadas no ambiente familiar pelas crianças surdas e ouvintes se refere à comunicação existente no cotidiano das crianças surdas que parece ser mais limitado em relação à frequência com que ocorrem e em relação à diversidade de atividades e, consequentemente, de conhecimentos matemáticos envolvidos. É possível que um dos fatores que possa influenciar no nível de conhecimento matemática dessas crianças seja a exposição limitada a situações do cotidiano envolvendo a matemática. Estudos nesta direção precisam ser desenvolvidos, pois a presente investigação se trata de um estudo exploratório. Contudo, ainda que exploratória a pesquisa revelou aspectos importantes acerca da matemática realizada em casa por crianças surdas.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - MARIA SORAIA SILVA CRUZ - IFPE
Externa à Instituição - RUTE ELIZABETE DE SOUZA ROSA BORBA - UFPE
Externo à Instituição - SANDRA MARIA PINTO MAGINA - UESC-BA
Notícia cadastrada em: 29/09/2021 14:10
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação (STI-UFPE) - (81) 2126-7777 | Copyright © 2006-2024 - UFRN - sigaa09.ufpe.br.sigaa09