Complexidade das macroalgas e sazonalidade como fatores controladores da estrutura das assembléias de poliquetas em recifes costeiros tropicais
Recifes de coral, ecologia, bentos, macrofauna, animal-planta
As macroalgas bentônicas são importantes constituintes dos recifes costeiros e servem como substrato, abrigo e alimento para a comunidade associada, entre elas as assembléias de poliquetas. O presente trabalho teve como objetivo caracterizar a assembleia de poliquetas associada a quatro espécies de macroalgas (Gelidiella acerosa, Palisada perforata, Padina gymnospora e Ulva lactuca) no recife da Praia da Enseada dos Corais (PE) e correlacionar a arquitetura das algas à estrutura do conjunto em diferentes períodos climáticos. Foram realizadas quatro coletas: dezembro de 2018 e fevereiro de 2019, representando o período seco, e março e junho de 2019, o período chuvoso. Dez frondes de cada espécie de macroalga foram coletadas junto com a fauna associada usando sacos plásticos. No laboratório, as macroalgas foram lavadas e os poliquetas contados e identificados ao nível taxonômico mais específico possível. Os atributos da arquitetura de macroalgas (altura, dimensão fractal de área (Da) e perímetro (Dp) e ISI (Ihv)) foram calculados a partir de fotos exsicatas das frondes no programa ImageJ. O peso (g) foi obtido em balança analítica de precisão. Um total de 347 espécimes de poliquetas foram encontrados nas macroalgas (168 na estação seca e 175 na estação chuvosa), distribuídos em seis famílias (Dorvilleidae, Eunicidae, Polynoidae, Phyllodocidae, Syllidae e Nereididae). Syllidae e Nereididae foram os mais abundantes em ambas as estações. As espécies mais representativas nas macroalgas foram Platynereis dumerillii, Pseudonereis gallapaguensis e Inermosyllis sp. A estrutura das assembléias de poliquetas variou significativamente entre macroalgas e períodos. Houve diferenças significativas na arquitetura das macroalgas em ambos os períodos. Os atributos estruturais das macroalgas foram menos relevantes para a estrutura das assembléias de poliquetas na estação chuvosa, e outros fatores como hidrodinâmica, epífitas, defesas químicas e ciclos sazonais foram possíveis fatores que podem causar mudanças na estrutura das assembléias.