Banca de QUALIFICAÇÃO: CAMILA GOMES DE MELO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : CAMILA GOMES DE MELO
DATA : 14/07/2022
LOCAL: Google Meet
TÍTULO:

DESENVOLVIMENTO DE MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS A PARTIR DE MOMORDICA CHARANTIA L. PARA O TRATAMENTO DE GEO-HELMINTÍASES.


PALAVRAS-CHAVES:

Doenças negligenciadas; plantas medicinais; fitoterapia; preparações farmacêuticas; controle de qualidade.


PÁGINAS: 100
RESUMO:

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), atualmente, mais de 1,5 bilhão de pessoas, o
que corresponde a 24% da população, estão infectadas por pelo menos uma das geo-helmintíases que
etiologicamente são causadas por Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura, Necator americanus e
Ancylostoma duodenale. A OMS orienta, desde muito tempo, que o controle de infecções causadas por
geo-helmintos deve ser feito pelo tratamento profilático periódico direcionado a indivíduos em
situação de risco, que residam em áreas endêmicas, tendo apenas o albendazol e o mebendazol como
opções farmacológicas para tal. Por se tratarem de esquemas medicamentosos muito antigos, a
aplicação desenfreada ao longo dos anos hoje já reflete em casos de resistência anti-helmíntica,
colocando em posição delicada o tratamento efetivo destas DTNs. É sob esta ótica que Momordica
charantia L., uma espécie vegetal popularmente afamada por “melão-de-São-Caetano” ou “melão
amargo”, conhecida por apresentar diversas atividades farmacológicas, aparece como alternativa no
desenvolvimento de novos produtos farmacêuticos, pela sua já relatada atividade anti-helmíntica em
animais e ampla discussão etnofarmacológica em humanos para esta atividade. Foram realizados
estudos de caracterizações farmacognóstica para as drogas vegetais oriundas de caule e folhas de M.
charantia de diferentes origens (Pernambuco, Piauí e Rio de Janeiro), de acordo com os preceitos da
Farmacopeia Brasileira. Extratos foram obtidos empregando etanol a 70%, por maceração estática,
durante 96 horas e estes foram secos em estufa de circulação de ar. Ambos os materiais foram
caracterizados para definição dos parâmetros de qualidade, incluindo estudo de perfil térmico por
termogravimetria (TG). Foi realizado um delineamento fitoquímico dos extratos secos, bem como
quantificação de marcador analítico através de cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE). Um
estudo de toxicidade aguda foi conduzido seguindo as orientações da Organização para a Cooperação
e Desenvolvimento Econômico (OECD) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
Formas farmacêuticas líquidas (xaropes e edulitos) foram propostas a partir do extrato seco sem
adjuvantes, havendo a posteriori aplicação de planejamento fatorial completo. Foram também
desenvolvidos comprimidos de liberação imediata, utilizando tanto extratos secos brutos quanto
extratos contendo celulose e dióxido de silício coloidal, havendo também realização de estudo de
compatibilidade entre estes e os demais excipientes utilizados nas formulações. Os extratos secos
apresentaram elevada higroscopicidade, solubilidade aquosa baixa, estabilidade térmica semelhante à
droga vegetal e presença dos metabólitos de interesse à atividade anti-helmíntica: compostos
fenólicos, taninos, alcaloides e saponinas. De acordo com os parâmetros da OECD e da ANVISA, os
extratos secos de PE e PI não apresentaram toxicidade aguda quando administrados em dose única em
modelos murinos, representando possível comportamento similar, se ofertado a seres humanos. Na
cromatografia líquida de alta eficiência ficou definido que a quercetina foi bem identificada e
quantificada, assumindo a posição de marcador para futuras análises nas formas farmacêuticas. Para as
formas líquidas, o xarope do lote 2 apresentou melhor desempenho no mascaramento do sabor amargo
característico do melão-de-São-Caetano, contendo citrato e cloreto de sódio a 1% de concentração,
cada. Tal formulação foi então otimizada através de planejamento fatorial completo, de modo a
entregar uma formulação definitiva com os parâmetros de viscosidade, pH e sabor adequados à
administração oral. No estudo de compatibilidade, apenas o dióxido de silício coloidal mostrou-se
compatível considerando apenas as análises térmicas, havendo necessidade de técnicas
complementares para entender o real comportamento de celulose, estearato de magnésio e
amidoglicolato de sódio junto aos extratos. Dos 9 lotes de bancada produzidos para os comprimidos de
liberação imediata, os lotes de número 6 e 9 foram os que demonstraram melhores parâmetros de
qualidade. Ambos os comprimidos destes lotes foram submetidos a ensaios de dissolução preliminares
e observou-se a necessidade de ajuste das condições experimentais para que possam ser confrontados
os dados de extrato bruto liberado versus o tempo de desintegração observado inicialmente para as
formas farmacêuticas.


MEMBROS DA BANCA:
Externa ao Programa - 3286753 - LIDIANY DA PAIXAO SIQUEIRA
Externo à Instituição - PAULO CESAR DANTAS DA SILVA - UEPB
Presidente - 2218937 - PEDRO JOSE ROLIM NETO
Notícia cadastrada em: 05/07/2022 15:14
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