AVALIAÇÃO IN VITRO DA ATIVIDADE LEISHMANICIDA, CITOTOXICIDADE E CAPACIDADE IMUNOMODULADORA DE NOVAS PIRIDINA TIAZÓIS
Leishmanioses. Compostos sintéticos. Tiazóis piridina. Imunomodulação.
As leishmanioses são doenças negligenciadas causada por diversas espécies de
protozoários flagelados do gênero Leishmania. Afetam milhões de pessoas em todo mundo,
sendo considerado um grave problema de saúde pública. O tratamento existente apresenta alta
toxicidade, diversos efeitos colaterais e casos de resistência, tornando evidente a necessidade de
novas abordagens terapêuticas. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a atividade
leishmanicida, a citotoxicidade e a capacidade imunomoduladora de novas piridinas tiazóis.
Testes in vitro foram realizados com nove compostos, para investigar a atividade leishmanicida
sobre diferentes formas evolutivas promastigotas e amastigotas selvagens e transgênicas de
Leishmania amazonensis e L. infantum. A atividade citotóxica foi avaliada sobre esplenócitos
murinos, células HepG2 e RAW264.7. O potencial imunomodulador foi avaliado mediante a
dosagem da produção de Óxido nítrico (ON) em macrófagos J774 e a dosagem de citocinas em
sobrenadantes de culturas de cultura de esplenócitos murinos através do kit CBA. Sobre a
atividade leishmanicida para as formas promastigotas de Leishmania amazonensis e L. infantum,
os compostos que apresentaram melhores valores de IC 50 para as duas espécies, considerando as
cepas selvagens e transgênicas foram, respectivamente: PF-04 (3,28 μM / 6,25 μM) (1,67 μM,
6,80 μM), AT-07 (3,74 μM, 7,40 μM) (4,54 μM, 6,71 μM) e AT-13 (7,38 μM) (1,01 μM, 8,59
μM) quando comparado a miltefosina (15,80 μM, 8,42 μM) e (26,44 μM, 38,20 μM). Os
compostos não apresentaram inibição de crescimento quando as formas amastigotas foram
avaliadas. Foi possível observar que os compostos mostraram ser menos tóxicos frente as células
HepG2 em relação a miltefosina, droga de referência. Para as células esplênicas apenas
compostos PF-01 e PF-02 se destacaram em relação a miltefosina, enquanto para os macrófagos
RAW 264.7 apenas o AT-13 mostrou-se ser menos tóxico. Não foi observada a produção de ON
induzido pelos compostos. Quanto a produção de citocinas observou-se a indução de citocinas
relacionadas ao perfil Th1 (TNF, IFN-y e IL-6) que desempenham papel importante para
resolução da doença. De acordo com os resultados obtidos os compostos PF- 04, AT-07 E AT-13
se destacaram entre os demais como potenciais candidatos a novos fármacos, apresentando
atividades leishmanicidas relevantes frente as promastigotas, bons índices de seletividade e
pouca toxicidade. Além de induzirem citocinas importantes que compõem um perfil de resposta
imunológica que auxilia no combate da infecção. Apresentando-se como promissores nos
estudos de novas drogas para o tratamento das leishmanioses.