Banca de QUALIFICAÇÃO: JOSÉ LAURIANO DA SILVA FILHO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JOSÉ LAURIANO DA SILVA FILHO
DATA : 25/04/2024
LOCAL: Google Meet
TÍTULO:

Avaliação das propriedades antineoplásicas de derivados galactosídeos em linhagens de câncer de pâncreas


PALAVRAS-CHAVES:

Adenocarcinoma ductal pancreático; microambiente tumoral; galectina-9; derivados de galactosídeos.


PÁGINAS: 100
RESUMO:

Introdução: O adenocarcinoma ductal pancreático (PDAC) representa cerca de 95%
dos casos diagnosticados de câncer de pâncreas e se destaca pela baixa taxa de
sobrevida, chegando a menos de 10% em cinco anos. Apesar disso, a ressecção
cirúrgica em estágios iniciais e a quimioterapia em estágios mais avançados
representam as opções terapêuticas mais utilizadas. Em relação aos quimioterápicos
vigentes na clínica, a Gencitabina e o esquema terapêutico FOLFIRINOX, mesmo
quando utilizados em conjunto, têm limitado sucesso terapêutico, aumentando a
sobrevida livre da doença em apenas 11 meses. Esse insucesso terapêutico se deve,
principalmente, a barreira física imposta pelo microambiente tumoral desmoplásico, o
qual limita e/ou impede o acesso dos quimioterápicos às células neoplásicas. Além
disso, no microambiente tumoral do PDAC os linfócitos T citotóxicos encontram-se
inativos, devido a substâncias secretadas no microambiente tumoral, dentre as quais
se destaca a galectina-9 que se liga ao receptor TIM-3 presente nos linfócitos T,
levando-os à exaustão. Objetivo: O presente trabalho tem como objetivo avaliar os
efeitos da inibição da galectina-9 em modelos celulares do microambiente tumoral de
neoplasias pancreáticas. Metodologia: Nove moléculas derivadas de galactosídeos
foram utilizadas no estudo. Primeiramente, plataformas de análises in silico foram
utilizadas para prever padrões farmacocinéticos/farmacodinâmicos exercidos pelas
moléculas no corpo humano. A citotoxicidade dos derivados de galactosídeos foi
avaliada através do método MTT utilizando as concentrações de 1, 5, 10, 25, 50uM nas
células MiaPaca-2, Panc-1 e MRC-5, e as concentrações de 1, 5, 10, 25, 50 e 100uM
em PBMCs. A concentração da IC50 de cada derivado foi utilizada para avaliar a
possível ação sobre a migração das células pancreáticas, nos tempos: 0h,
6h, 12h, 24h e 48h. A citometria de fluxo foi utilizada para avaliar o ciclo celular, vias de
morte celular e imunofenotipagem de linfócitos T, B e NK. As células neoplásicas
PANC-1 e MIA PaCa-2 foram tratadas com os derivados de galactosídeos levando em
consideração o IC50, durante 48h para avaliação do ciclo celular e 72h para avaliação
de vias de morte; e marcadas com Iodeto de Propídio (PI) e Anexina/PI (para ciclo e
morte celular, respectivamente). Para a imunofenotipagem, as PBMCs foram tratadas
com os derivados de galactosídeos, durante 48h, na concentração de 50uM, e foram
marcadas com os anticorpos CD3, CD4, CD8, CD19, CD14 e CD56, além do marcador
de viabilidade celular, DAPI. Resultados: A análise do SwissADME revelou que os
derivados de galactosídeos não tem boa biodisponibilidade oral, e três deles (GaLap,
GaTzLap e GaTzLau) reprovaram nas regras de Lipinski e todos reprovaram nas
regras de Veber. Quanto aos TargetPredictions, nove moléculas foram apontadas,
dentre estas, três galectinas (Gal-3, Gal-7 e Gal-9) como possíveis ligantes dos
derivados de galactosídeos. No STITCH, identificamos uma via unilateral entre o
receptor TIM-3 com a galectina-9. Quanto a citotoxicidade, os derivados GaLap e
GaTzLau apresentaram elevada toxicidade contra PBMCs (IC50=4,08±0,3 e
IC50=10,65±2,11), sendo descartados das análises posteriores. Quanto à migração os
derivados GaTzLauD e VA02 inibiram a migração em MIA PaCa-2 (p=0,0391 e 0,0494,
respectivamente) após 48h, e os oito derivados mostraram inibição da migração em
PANC-1 (p = < 0,0001 para os derivados GaTzLap, GaTzLapD, GaTzLauD e VA03;
para os derivados VA01, VA02 e VA04 p=0,0091, 0,0043 e 0,0022, respectivamente)
após 12h, 24h e 48h. Os derivados GaTzLapD e GaTzLauD induzem a morte celular
por apoptose e apoptose tardia (p=0,0035 e 0,0017, respectivamente). Nenhum dos
derivados de galactosídeos possui efeito citostático ou altera as populações
celulares T, B e NK. Conclusões: Os derivados de galactosídeos apresentam
afinidade pela galectina-9, segundo as predições. Nos ensaios in vitro, verificamos que
as moléculas representam promissora atividade anticâncer, seja pela citotoxicidade, no
caso dos GA’s seja pela atividade antimigratória, no caso do VA02. Além disso,

nenhuma das moléculas derivadas de galactosídeos interferem no ciclo celular, nem
nas populações de linfócitos T, B e células NK.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - GUILHERME MARTINS GELFUSO - UnB
Externo à Instituição - ANDREI LEITAO - USP
Externo à Instituição - PAULO ANDRE TEIXEIRA DE MORAES GOMES - UFPE
Notícia cadastrada em: 24/04/2024 11:43
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