AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE, ANÁLISE METABOLÔMICA E EFEITO NO METABOLISMO ENERGÉTICO EM ANIMAIS TRATADOS COM PREPARAÇÕES DE FOLHAS DE Moringa oleifera
Toxicidade Aguda. Toxicidade Subaguda. Citotoxicidade.Genotoxicidade. Ressonância Magnética Nuclear.
As folhas da Moringa oleifera possuem alto valor nutricional, sendo ricas em proteínas. As folhas são bastante utilizadas como remédio e na alimentação. No entanto, há necessidade de mais estudos sobre a segurança de uso de preparações de folhas. Este trabalho analisou preparações ricas em proteína das folhas de M. oleifera. O extrato salino (LE) e a fração rica em proteínas (PRF) de folhas de M. oleifera foram investigados quanto a presença de metabólitos secundários e proteínas antinutricionais (inibidor de tripsina e lectina), citotoxicidade para linfócitos humanos, atividade hemolítica, toxicidade oral aguda em camundongos e genotoxicidade. Adicionalmente, PRF foi investigada quanto à toxicidade oral subaguda em ratos. Os flavonoides rutina e vixetina e inibidor de tripsina foram detectados em LE (0,12g%, 0,01g% e 55,38U/mg, respectivamente) e em PRF (0,04g%, 0,05g% e 87,89U/mg, respectivamente), enquanto lectina foi detectada apenas em PRF (2,5 título -1 /proteína mg/mL). LE e PRF não foram tóxicas para os linfócitos e não apresentaram atividade hemolítica. Os animais tratados com LE e PRF (2.000 mg/kg) apresentaram mudança comportamental apenas na primeira hora após os tratamentos e parâmetros hematológicos semelhantes aos animais do grupo não tratado. Aumento significativo nos níveis séricos de alanina aminotransferase (ALT) e discreta infiltração leucocitária com vacuolização citoplasmática nos hepatócitos foram detectados apenas nos animais tratados com LE. As preparações não foram genotóxicas ou mutagênicas. O ensaio de toxicidade oral subaguda revelou que os animais tratados com PRF nas concentrações de 20 mg/kg/dia, 40 mg/kg/dia e 80 mg/kg/dia não apresentaram alterações comportamentais. Os parâmetros hematológicos e bioquímicos, assim como hemostasia e eletrólitos, foram semelhantes aos do grupo não tratado. Não foram observadas alteração histopatológicas no fígado, rins, baço, pulmão e coração. PRF alterou o biomarcador de estresse oxidativo TBARS em relação ao grupo não tratado, enquanto os níveis de Carbonil não foram alterados. Os tratamentos nas concentrações de 40 e 80 mg/kg/dia resultaram em aumento da atividade das enzimas antioxidantes superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT) e glutationa-S-transferase (GST) enquanto o tratamento na concentração de 20 mg/kg/dia levou a aumento nos níveis de sufídrilas. PFR também modulou a concentração de moléculas antioxidantes não enzimáticas (glutationa e glutationa dissulfeto) em todas as concentrações testadas. Análise de metabolômica por RMN- 1 H revelou a presença de 43 metabólitos polares em animais tratados e não tratados com PRF e que PRF promoveu diminuição de glicose e aumento de xantina e aminoácidos essenciais no fígado. Os estudos revelaram que as preparações proteicas testadas contem inibidor de tripsina, lectina e flavonoides. LE e PRF não foram citotóxicas, hemolíticas ou genotóxicas e não apresentaram toxicidade oral aguda. Adicionalmente, PRF não apresentou toxicidade subaguda, elevou a atividade de enzimas antioxidantes hepáticas, promoveu dano oxidativo, diminuiu o balanço redox, apresentou efeito hipoglicemiante e elevou a quantidade de intermediários do ciclo de Krebs.