Inativação fotodinâmica de microrganismos resistentes mediada por azul de metileno e nanoprismas de prata
Fotossensibilizadores. Resistência microbiana. Nanoprismas de prata. Inativação fotodinâmica
As nanopartículas metálicas exibem diversas propriedades que vem sendo estudadas nos últimos anos em diferentes áreas do conhecimento, principalmente aquelas de prata e ouro. Um efeito característico destas, a ressonância de plásmons de superfície (RPS) confere a capacidade de aumento de propriedades ópticas de outras moléculas, quando em condições específicas. Na área da saúde, uma possibilidade de uso desses sistemas é na associação aos chamados fotossensibilizadores (FS), que são utilizados para a produção de espécies reativas de oxigênio, quando combinados com a luz na Terapia Fotodinâmica, tendo uma modalidade para microrganismos denominada inativação fotodinâmica (IFD). Nesse estudo, nanoprismas de prata foram preparados, caracterizados e posteriormente conjugados com o FS azul de metileno (AM), que tem amplo uso na prática clínica e aprovação pelo órgão regulatório nacional. O objetivo foi aplicar os conjugados na IFD de dois isolados resistentes: Staphylococcus aureus isolado da mastite bubalina e Candida albicans isolado da balanopostite. Medidas de espectroscopia mostrou que a associação entre os nanoprismas e AM promoveu mudanças de intensidade na fluorescência, de acordo com a concentração do FS empregada, tendo um aumento de ca 30% observados para a dose de 100 µmol.L-1. Foi observado um potencial de superfície (z) estável para os nanoprismas (z = -51.7 ± 0.55 mV), que reduziu proporcionalmente na presença de AM (para 25 µmol.L-1, z = -43.36 ± 0.37mV e para 100 µmol.L-1, -3.40 ± 0.15 mV). A ausência de toxicidade dos sistemas coloidais obtidos foi determinada frente a linhagem de macrófagos sadios. Os ensaios de IFD mostraram que o tempo necessário para a inativação total da cepa de S. aureus foi de 3 min com o conjugado (para [AM] = 100 µmol.L-1 no conjugado). Para a total inativação de C. albicans precisou-se irradiar 2 min, para o conjugado contendo [AM] = 100 µmol.L-1. Em ambos experimentos e mesmas condições, o AM não demonstrou inativação fotodinâmica total. Os resultados evidenciam a capacidade dos conjugados como eficientes fotossensibilizadores para posteriores aplicações in vivo, inclusive em patologias que há relato de resistência.