ESTUDO DE EFICÁCIA PRÉ-CLÍNICA DO ÁCIDO GÁLICO NA REVERSÃO DE LESÕES NEUROQUÍMICAS E COMPORTAMENTAIS INDUZIDAS PELA EXPOSIÇÃO PROLONGADA AO ETANOL EM CÉREBRO DE PEIXE-ZEBRA
ácido gálico; etanol; estresse oxidativo; comportamento; sistema colinérgico.
A implicação do estresse oxidativo na toxicidade do etanol está associado a formação de espécies reativas de oxigênio (ERO) durante seu metabolismo e na redução do potencial antioxidante. O ácido gálico (AG) é um composto polifenólico com ação antioxidante. Neste contexto, o estudo investigou a eficácia pré-clínica do AG per se e sobre as alterações neuroquímicas e comportamentais em tecido cerebral de peixe-zebra exposto ao etanol. Para análise do AG per se, os animais foram divididos em oito grupos: os que foram expostos por 24 e 48h (controle e AG 5, 10 e 20 mg/L). Após, os animais foram divididos em quatro grupos: controle, exposto ao etanol 0,5% por 7 dias e 24h após na presença de AG 5 e 10 mg/L. No final do período de exposição, os animais passaram por teste comportamental locomotor/exploratório e ansiolítico-símile por meio dos testes novel tank e claro/escuro, em seguida sofreram eutanásia e o cérebro total dissecado para as análises bioquímicas: espécies reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBA-RS), grupamentos sulfidrila (SH), oxidação de diclorofluoresceína (DCFH), os níveis de nitrato e nitrito, glutationa reduzida (GSH), superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT), colina acetiltransferase (ChAT) e acetilcolinesterase (AChE). Os resultados mostraram que, o grupo AG 20 mg/L nos dois tempos testados, induziram aumento nos níveis de TBA-RS, SH, DCFH, da atividade exploratória dos animais no teste novel tank e diminuição da atividade da AChE. Os grupos AG 5 e 10 mg/L, independente do tempo de exposição, induziram aumento da atividade da SOD e CAT e não alteraram os demais parâmetros avaliados. Após a exposição ao etanol, foi verificado que o AG 5 e 10 mg/L reverteram os danos gerado pelo etanol nos níveis de TBA-RS, DCFH, na atividade da SOD, na perda cinética da enzima ChAT, bem como recuperou a característica tipo ansiolítica gerada pelo etanol verificado no teste comportamental. Em conclusão, o estudo demonstrou que a exposição ao AG 20 mg/L confere um caráter tóxico ao cérebro de peixe-zebra verificado por meio do perfil pró-oxidante, comportamental e colinérgico. Além disso, que o AG 5 e 10 mg/L reverteram os danos comportamentais e colinérgicos gerados pelo etanol possivelmente associado a sua ação antioxidante.