Banca de DEFESA: LUCAS FERREIRA DE ALMEIDA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: LUCAS FERREIRA DE ALMEIDA
DATA : 15/03/2024
HORA: 14:00
LOCAL: Videoconferência
TÍTULO:

DESENVOLVIMENTO DE COMPRIMIDO DE LIBERAÇÃO PROLONGADA PARA O TRATAMENTO DE CANDIDÍASE VULVOVAGINAL A PARTIR DE Eugenia uniflora Linn (PITANGUEIRA)


PALAVRAS-CHAVES:

 Folhas; fenólicos; Candida spp.; HPMC; Quitosana; Liberação prolongada


PÁGINAS: 170
RESUMO:

A candidíase vulvovaginal é a segunda maior causa de vaginites e pode atingir 75% das mulheres pelo menos uma vez na vida, afetando significativamente a qualidade de vida. Os medicamentos utilizados no tratamento convencional dessa patologia apresentam efeitos adversos importantes e vem enfrentando um aumento dos casos de resistência fúngica. Nesse contexto, o estudo de plantas entra como fonte para o desenvolvimento de novos medicamentos fitoterápicos, podendo ser inseridos em formas farmacêuticas sólidas mucoadesivas capazes de promover ação local prolongada. Portanto, este estudo teve como objetivo desenvolver comprimidos mucoadesivos de liberação prolongada a partir de Insumo Farmacêutico Ativo Vegetal (IFAV) das folhas de Eugenia. uniflora para o tratamento tópico de candidíase vulvovaginal. De início, a composição química das folhas de E. uniflora foi determinada por CCD e posteriormente por UV-vis e CLAE integrados a um planejamento de mistura simplex centroide. A atividade antimicrobiana foi determinada e caracterizada, e avaliou-se a capacidade antioxidante e o potencial tóxico in vitro. A toxicidade in vivo foi explorada em dose única (2000 mg/kg) para avaliar o efeito agudo dos extratos, e em múltiplas doses (250, 500 ou 1000 mg/kg), acompanhou-se um tratamento diário com os extratos por 28 dias, sendo investigados quanto a ocorrência de alterações comportamentais, bioquímicas, hematológicas e morfológicas de múltiplos órgãos. Também foi avaliada a genotoxicidade in vivo dos extratos em eritrócitos murinos por meio do ensaio do micronúcleo. Com base nesses estudos, o extrato mais promissor foi caracterizado e analisado em misturas binárias com excipientes (1:1, p/p) por meio de Análise Térmica Diferencial (DTA), Análise Termogravimétrica (TG) e Espectroscopia de Infravermelho com Transformada de Fourier (FTIR), que com o auxílio de técnicas quimiométricas como Análise de Componentes Principais (PCA) e Análise Hierarquica de Agrupamentos (HCA), avaliou-se indícios de incompatibilidade. A partir disso, o comprimido de liberação prolongada foi desenvolvido por granulação úmida e avaliado quanto aos seus parâmetros de peso médio, friabilidade, dureza, uniformidade de conteúdo e perfil de liberação in vitro. Como resultado, obteve-se extratos com teor de flavonoides que variou em 2,63-7,98% p/p e taninos em 5,42-18,29%p/p. Os extratos foram compostos por ácido gálico (0,09-1,29%; p/p), ácido elágico (0,09-0,37%; p/p) e miricitrina (0,18-1,20%; p/p). O sistema solvente com melhor desempenho foi água: etanol: propilenoglicol resultando em extrato de maior nível de atividade (AEP). Os extratos apresentaram propriedades fungicidas (3,9 μg/mL) e o AEP foi capaz de reduzir a ocorrência de importantes formas de resitência de C. albicans e inibir efetivamente a fase log de crescimento deste microsganismo; apresentaram também alta atividade antioxidante (IC50: 9,50 μg/mL) baixa toxicidade e biocompatibilidade preliminar in vitro. Doses únicas de 2000 mg/Kg não revelaram sinais de toxicidade in vivo. Doses diárias de H2O não apresentaram riscos, entretando, EtOH (500 e 1000 mg/kg) e EAP (1000 mg/kg) administrados por 28 dias induziram uma leve alteração nos parâmetros bioquímicos. Esses extratos, por outro lado, reduziram os níveis séricos de colesterol e triglicerídeos em camundongos. Além disso, não apresentaram danos genéticos no ensaio do micronúcleo nas doses testadas (1000 e 2000mg/kg), indicando a ausência de genotoxicidade. Diante destes resultados, o extrato AEP foi selecionado para compor o estudo de compatibilidade e indícios de interação foram verificados por DTA, TG com auxílio de PCA e HCA, entretanto, foram descartadas possíveis incompatibilidades químicas por FTIR. Assim, foram considerados os insumos dióxido de silício coloidal, estearato de magnésio, hidroxipropilmetilcelulose e quitosana para integrar a formulação de comprimido contendo alto teor de extrato AEP (250 mg). Os comprimidos obtidos por granulação úmida apresentaram-se dentro das especificações farmacopeicas de qualidade, mostrando uma liberação prolongada de AEP por até 10 h de duração, com cinética de liberação bem ajustada aos modelos de 1ª ordem, Hixson Crowell e Weibull, através dos quais pôde-se caracterizar a influência do HPMC e Quitosana na modulação da liberação de flavonoides, e destacar F3 como a formulação de melhor performance. Portanto, este estudo permitiu a obtenção de comprimidos de liberação prolongada contendo extrato otimizado das folhas de E. uniflora (AEP) com alto teor de fenólicos, com comprovada eficácia antifúngica e segurança, configurando uma alternativa promissora para aplicação como medicamento mucoadesivo vagianal. 



MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - DEYSIANE OLIVEIRA BRANDÃO - UFRN
Interna - 1211746 - ELBA LUCIA CAVALCANTI DE AMORIM
Externo à Instituição - GEOVANI PEREIRA GUIMARÃES
Externa à Instituição - LARISSA ARAUJO ROLIM - UNIVASF
Presidente - 1358044 - LUIZ ALBERTO LIRA SOARES
Notícia cadastrada em: 14/03/2024 14:43
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