INCORPORAÇÃO DE ZINCO-PORFIRINAS EM HIDROGÉIS PARA APLICAÇÃO EM INATIVAÇÃO FOTODINÂMICA ANTIMICROBIANA
Porfirinas. Hidrogéis. Infecções cutâneas. Inativação fotodinâmica.
O aumento da resistência bacteriana a diversas classes de antibióticos tem sido preocupante. Novas alternativas de tratamento vem sendo alvo de pesquisas, como é o caso da inativação fotodinâmica antimicrobiana, mediada por luz em comprimento de onda adequado, fotossensibilizador e oxigênio molecular, que combinados levam a um estresse oxidativo e morte das células-alvo. Infecções cutâneas superficiais até mais invasivas, podem ser ocasionadas por agentes infecciosos multirresistentes como Staphylococcus aureus (S. aureus). Neste trabalho, zincoporfirinas foram caracterizadas em soluções e incorporadas em géis poliméricos para serem utilizadas na inativação fotodinâmica da cepa de S. aureus isolada da mastite e da cepa resistente à meticilina (MRSA). ZnPEtil e ZnPHexil foram utilizadas como FSs e hidroxietilcelulose, carbopol e alginato foram testados como base polimérica, além de utilizar o propilenoglicol e ureia como agentes de permeação para as formulações tópicas. Apesar da geração de EROs pelo método RNO ter sido semelhante para ZnPEtil (79,9%) e ZnPHexil (78,2%) os resultados de inativação fotodinâmica preliminar para S.aureus isolada da mastite bubalina, nas concentrações de 1 e 5 μmol e no tempo de irradiação de 1min usando LEDbox azul (410nm), demonstrou que a ZnPHexil foi mais efetiva nos testes in vitro, sendo a selecionada para o estudo. O gel de hidroxietilcelulose (1%) demonstrou maior compatibilidade com o FS, através da avaliação dos espectros de absorção, emissão e características organolépticas. Foi realizada de agentes de permeação nos hidrogéis que apresentaram aumento da espalhabilidade, e quando com uso da ureia tiveram melhores resultados na produção de EROs (58,5%), enquanto quando utilizado o propilenoglicol (48,7%). A irradiação no comprimento de onda de 410 nm apresentou resultados mais promissores que em 450 nm até 1min, por isso foi o adotado para o estudo, porém ambos podem ser aplicados com sucesso com alterações no tempo de irradiação. O método de leitura de microplaca para inativação fotodinâmica com os parâmetros determinados no estudo não demonstraram reprodutibilidade, sendo a contagem de UFC/mL adotada como método para a inativação. Inicialmente nos ensaios com ZnPHexil em solução testadas em S. aureus ATCC e S. aureus resistente isolada da mastite, foram estabelecidos os melhores parâmetros para o teste e observado possível toxicidade no escuro do FS apenas na concentração de 5 μmol e que a concentração de 1 μmol e tempo de irradiação de 1min foram suficientes para inativar totalmente os MO estudados. Quando testados os hidrogéis com incorporação do FS, as formulações com ZnPHexil e com ureia foram as selecionadas com o melhor perfil para aplicação no estudo e foram testadas com S. aureus MRSA, resultando em total inativação com 1 μmol em 3 min de irradiação, além disso na cepa MRSA não foi observada toxicidade no escuro a 5 μmol, o que demonstra que a matriz polimérica tem efeito diferenciado na aplicação. Portanto, as formulações desenvolvidas demonstraram uma grande efetividade fotodinâmica nos testes in vitro, sendo ótimos candidatos para incorporação e aplicação do FS frente a infecções cutâneas.