Avaliação da Atividade Antimicrobiana de Derivados de Tiazolidinas em Modelos Alternativos de Infecção
Triagem em larga escala, compostos heterocíclicos, tiazolidinas, Caenorhabiditis elegans, Galleria mellonella.
As infecções bacterianas representam um desafio para a saúde pública global, com importantes impactos econômicos devido aos custos decorrentes do prolongamento do tempo de internação e do afastamento do trabalho. Esse cenário é agravado anualmente devido ao crescimento da resistência aos antimicrobianos, que resulta em milhões de obtidos anuais em todo o mundo. Dentre os patógenos envolvidos, destaca-se o Staphylococcus aureus, uma bactéria Gram-positiva presente naturalmente na pele humana. O objetivo deste estudo foi triar compostos heterocíclicos com potencial antimicrobiano contra isolados clínicos multirresistentes de S. aureus (MRSA). Os compostos considerados ativos foram avaliados para atividade antibiofilme e para atividade anti-infecciosa em modelos alternativos de infecção, como Caenorhabiditis elegans e Galleria mellonella. Uma série de composto com núcleo rodanina derivados de fenilalanina e leucina e substituídos na posição 5 do anel heterocíclico apresentaram atividade antimicrobiana isolados clínicos de S. aureus ATCC e MRSA UFPEDA 1058 (portador dos genes mecA, ermA e norA) em concentrações entre 20 e ≥ 80 µM. Os compostos derivados de fenilalanina, com as seguintes substituições: composto 34 (4-F), composto 26 (3,4-Cl), composto 9 (4-Br) e composto 29 (4-H), bem como os derivados de leucina, especificamente o composto 8 (4-Br) e o composto 32 (3,4-Cl), demonstraram maior atividade antimicrobiana. A análise da curva de morte foi realizada para MRSA em concentrações de 4×MIC, MIC e 1/4×MIC. Os seis compostos testados foram ativos nas concentrações 4×MIC e MIC. A capacidade inibitória desses compostos na formação de biofilmes também foi investigada, com médias de inibição em torno de 80% para biofilmes imaturos e 60% para biofilmes maduros. Para determinação da atividade anti-infecciosa, larvas de G. mellonella foram infectadas com o isolado UFPEDA 1058 e tratadas com os seis compostos mais ativos. Todos os compostos testados foram ativos nas concentrações 4×MIC e MIC, com sobrevivência de até 78% das larvas após 120 h. Até momento, os resultados obtidos demonstram a atividade antibacteriana para S. aureus. Novos experimentos serão necessários para elucidação dos possíveis mecanismos de ação envolvidos e para avaliação da toxicidade dos compostos mais promissores.