ESTUDO DO MECANISMO DE AÇÃO DO ALCALÓIDE MILONINA SOBRE O METABOLISMO DE Leishmania (L.) amazonensis E DE SUAS ATIVIDADES ANTIPROLIFERATIVA E ANTIMICROBIANA
Alcaloides; Atividade Biológica; Atividade Tóxica
Os alcaloides são conhecidos por possuírem funções de defesa contra herbívoros, demonstrando grande variedade de efeitos nos animais. Temos como exemplos de alcaloides a nicotina e a cafeína que possuem forte ação inseticida mesmo em concentrações baixas. Tornando-se um alvo de muitos estudos apesar da considerável toxicidade, os alcaloide constituem um grupo de substâncias de grande potencial farmacológico, com diversos usos terapêuticos, como antitumoral, analgésico, antimalárico, além da atividade psicotrópica. A busca por novas alternativas terapêuticas para diversos problemas de saúde é constante, as doenças tropicais negligenciadas (DTNs) tais como as leishmanioses, doença de Chagas e doença do sono, são consideradas como um problema de Saúde Pública, e possuem uma enorme carência de novas terapêuticas. Os tratamentos atuais contra a leishmaniose são limitados devido à toxicidade inaceitável, altos custos e significativa resistência aos medicamentos utilizados em algumas áreas endêmicas. Logo, tem sido crescente a busca por novos fármacos com atividade potencialmente leishmanicida e com baixa toxicidade. Bem como, a busca por novas alternativas farmacológicas eficientes e eficazes frente à microrganismos bacterianos é de grande interesse, sabendo que há uma crescente resistência dos patógenos causadores de infecções. Assim como também o interesse por novos quimioterápicos, mais específicos e menos tóxicos está sempre em evidencia. Posto isto, o objetivo deste estudo foi elucidar as possíveis ações farmacológicas do alcaloide milonina, como também esclarecer o mecanismo de ação do alcaloide frente à Leishmania (L.) amazonensis. Realizou-se os testes para a avaliação do potencial antibacteriano analisando a concentração inibitória mínima (CIM) e a concentração bactericida mínima (CBM), como também foi feita a avaliação da atividade antioxidante do alcalóide milonina utilizando o DPPH e o ABTS. Realizando-se também a avaliação da atividade citotóxica através do método do MTT, utilizando as linhagens de celulares HeLa (carcinoma cervical humano), HT-29 (adenocarcinoma de cólon humano), MCF-7 (adenocarcinoma mamário humano), Vero (células epiteliais renais de macaco-verde africano), L929 (fibroblasto de camundongos), NCI-H292. A milonina apresentou uma atividade antioxidante promissora, em comparação as substâncias usadas nos controles positivos. Apresentando também uma baixa atividade citotóxica, tanto para as células tumorais como também para as linhagens de células normais. E por fim, também foi possível identificar uma atividade antibacteriana, frente a três cepas das quatro testadas. Concluindo-se que os resultados preliminares obtidos sugerem que a milonina pode ser utilizada como um promissor protótipo para o desenvolvimento de novas alternativas farmacológicas, mais estudos deverão ser realizados para melhor elucidar os possíveis mecanismos de ação desse alcaloide.