Variação morfológica e distribuição geográfica em morcegos nectarívoros dos gêneros Xeronycteris e Lonchophylla (Chiroptera: Phyllostomidae: Lonchophyllinae) com ocorrência no Brasil
Lonchophyllinae. Morcegos nectarívoros. Variação Morfológica. Morfometria Linear. Distribuição Geográfica.
Devido aos serviços ecológicos que oferecem enquanto polinizadores, os morcegos nectarívoros ocupam um lugar-chave na reprodução de espécies vegetais, contribuindo para a manutenção das formações vegetais e dos ambientes em que ocorrem. Na região Neotropical, ocorrem pelo menos duas linhagens evolutivas distintas destes morcegos, classificados em duas subfamílias da família Phyllostomidae: Glossophaginae e Lonchophyllinae, representadas no Brasil por nove espécies cada. No presente trabalho, exploro a variação morfológica em espécies de Lonchophyllinae de ocorrência no Brasil como etapa inicial no estudo da diversidade do gênero, com o objetivo de contribuir para delinear os limites taxonômicos e geográficos das espécies, com foco no gênero Lonchophylla. No primeiro capítulo, apresento uma breve revisão histórica da construção do conhecimento acerca da diversidade de morcegos, partindo desde as primeiras classificações sistemáticas, passando pelas primeiras discussões sobre a classificação dos morcegos nectarívoros, até o estado da arte atual para este grupo taxonômico, detalhando por fim os objetivos específicos da presente pesquisa. No segundo capítulo, apresento um estudo aprofundado da variação morfológica no gênero monotípico loncofilíneo Xeronycteris, com atualizações na distribuição geográfica de Xeronycteris vieirai, colocando em perspectiva a sua relação com espécies simpátricas de Lonchophylla e discutindo questões sobre endemismo a áreas secas do Brasil. No terceiro capítulo, apresento o estudo da variação morfológica das espécies de Lonchophylla com ocorrência no Brasil, contextualizando tanto a posição do gênero Lonchophylla em relação aos demais gêneros da subfamília, como a variação encontrada dentro do gênero. Discuto a existência de uma descontinuidade morfológica entre as espécies brasileiras, comparo a variação entre elas, apresento evidências que sugerem a existência de táxons não descritos pela ciência entre as populações estudadas, e aponto as questões que ainda exigem estudos e métodos adicionais para o preenchimento das lacunas no conhecimento do grupo. Nos apêndices 1 e 2, incluo dados e informações obtidos no levantamento de espécimes, indicando coleções que contém o material estudado e/ou consultado nesta pesquisa. No apêndice 3, incluo as listas sinonímicas das espécies de Lonchophylla válidas atualmente. No apêndice 4, incluo novos registros para o gênero Hsunycteris no Brasil.