Identificação molecular e diversidade genética de espécies de dípteros com interesse forense
Entomologia Forense; Chrysomya albiceps; DNA mitocondrial; Taxonomia molecular
Dípteros necrófagos são frequentemente encontrados em locais de crime, sendo úteis, principalmente às formas imaturas, nos processos de estimativa do intervalo pós-morte e de identificação de vítimas e suspeitos. A identificação taxonômica dos espécimes é uma etapa crucial na rotina forense, a qual vem sendo facilitada graças ao uso de técnicas de biologia molecular. Utilizar marcadores moleculares robustos e conhecer a estrutura genética destas espécies é de suma importância para a eficácia das atividades periciais. O presente trabalho objetivou comparar dois marcadores moleculares mitocondriais úteis para a técnica barcode em dípteros de interesse forense e investigar a diversidade genética da espécie Chrysomya albiceps de populações de quatro continentes. Dípteros foram coletados nas dependências dos Institutos de Medicina Legal da Paraíba e Pernambuco e adicionalmente foram utilizadas amostras da coleção entomológica da Universidade de Brasília. A extração do DNA ocorreu utilizando fenol-clorofórmio e Chelex 10%, em seguida foram sequenciadas as regiões COI e CytB dos dípteros, realizada buscas por sequencias homologas no NCBI através de BLASTn e uma análise de distância genética foi executada no software MEGA. Por sua vez, a análise de diversidade genética da espécie C. albiceps ocorreu a partir de sequencias nucleotídicas da região barcode do COI obtidas no NCBI e analisadas nos softwares Mega, DnaSP e Network. Os resultados da identificação de dípteros mostram que a região do CytB proposta como barcode revelou-se mais robusta, apresentado valores de distância genética superiores aos do COI e que a espécie C. albiceps apresenta baixa diversidade genética e ausência de haplótipos exclusivos na América do Sul. Desta forma, concluímos que COI e CytB são boas regiões para a taxonomia molecular, no entanto o CytB é mais robusto e que a espécie C. albiceps possui pouca diversidade no gene COI, não sendo recomendada para analises de deslocamento de cadáveres.