ENXAGUATÓRIO BUCAL À BASE DE EMULSÃO DE CLORIDRATO DE QUITOSANA-ÓLEO DA SEMENTE DE MARACUJÁ: AÇÃO ANTIMICROBIANA, ANTIOXIDANTE E CITOTOXICIDADE
Passiflora edulis. Substâncias bioativas. Terapêutica natural. Uso tópico. Bactérias.
O maracujá-amarelo (Passiflora edulis), é um fruto característico com ampla abundância no Brasil e que apresenta diversas funcionalidades, desde o seu consumo in natura até o uso de seus coprodutos em processos industriais, por meio de óleos, hidrogéis, produtos de higiene bucal, de beleza, farmacêuticos entre outros, com grande valor no âmbito econômico e sustentável a partir do uso de resíduos do maracujá (semente e/ou casca), com vasta aplicabilidade e propriedades, tais como, ação antioxidante, antimicrobiana e citotóxica. A constante preocupação em reduzir os resíduos agroindustriais do maracujá e a busca por métodos alternativos e naturais para seu reaproveitamento, aumentou o interesse por produtos de origem natural e microbianos, como quitosana fúngica e seus derivados (cloridrato de quitosana) e os tensoativos (Tween 80 e biossurfactante), que podem ser facilmente obtidos. Logo, o uso tradicional da quitosana, apresenta diversos efeitos bioativos, portanto, mediante o exposto a presente proposta objetivou avaliar a ação antimicrobiana, antioxidante e a citotoxicidade de emulsão e de enxaguatório bucal contendo como princípio ativo cloridrato de quitosana-óleo da semente de maracujá. As emulsões de cloridrato de quitosana-óleo da semente de maracujá foram obtidas pela técnica de complexação polieletrolítica e caracterizadas por análise do Tamanho (nm) e Espalhamento Dinâmico de Luz (DLS), Potencial Zeta (mV), Índice de Polidispersão (PDI) e pH. O cloridrato de quitosana foi obtido por dialise da quitosana extraída de Aspergillus niger, tendo como característica baixo peso molar e grau de desacetilação entre 80-85%. Biossurfactante extraído de Pseudomonas foi cedido pela prof.ª Leonie Sarubbo da UNICAP/PE. Foram preparadas emulsões do óleo da semente de maracujá com Tween 80 e biossurfactante. Foi realizada estabilidade das emulsões obtidas e determinada a atividade antimicrobiana (técnica de microdiluição). A emulsão mais estável e com melhor ação antimicrobiana (ST1 contendo Tween 80), foi utilizada como componente para a formulação do enxaguatório bucal. A emulsão mais eficaz e o enxaguatório bucal formulado (com e sem menta) foram avaliados a partir da atividade antimicrobiana, a citotoxicidade (ensaio MTT) e o potencial de irritação (HET-CAM). As emulsões (ou substâncias testes (ST’s)) apresentaram tamanho médio de partículas entre 133,3 ± 3,00 e 122,97 ± 1,10nm, potencial zeta entre 14,44 ± 10,27 e 9,66 ± 3,02mV. Durante o estudo e análise de estabilidade das substâncias formuladas, pode-se notar que houve manutenção das características, ou seja, ocorreu estabilidade no tamanho, no potencial zeta e no índice de polidispersão que apresentou variação entre 0,30 e 0,29 e pH estável entre 3,83 e 4,12 com até 7 dias. As emulsões apresentaram concentração inibitória mínima para os microrganismos patogênicos testados, com destaque para a ST1 (com Tween 80) que apresentou menor valor de CIM. A determinação da biocompatibilidade e potencial de irritação, através da técnica HET-CAM, notou-se que, o enxaguatório bucal sem menta foi mais eficiente por não apresentar efeito irritante, sendo classificado como não irritante devido seu baixo valor (0,06).