APLICACAO DE POLIMEROS NATURAIS NO TRATAMENTO DE LESOES CUTANEAS INFECTADAS POR CEPAS DE Staphylococcus aureus EM MODELOS MURINOS
lectina, polissacarídeo, cicatrização, diabetes, MRSA.
Este estudo teve como objetivo avaliar o potencial terapêutico de formulações do gel de galactomanana extraída das sementes de Cassia grandis, contendo ou não a lectina das sementes de Cratylia mollis (Cramoll), no tratamento de lesões cutâneas infectadas ou não por Staphylococcus aureus em modelos murinos. Inicialmente, investigou-se a eficácia dessas formulações em feridas induzidas por injeção subcutânea com 40 µL de uma suspensão de Staphylococcus aureus, ATCC 25923 (5 × 10⁸ UFC), no dorso de 75 camundongos BALB/c machos e divididos aleatoriamente em 5 grupos (n = 15). Após 3 dias, as lesões erupcionaram e os animais foram tratados por 12 dias com 100 µL dos seguintes tratamentos tópicos: solução salina (controle negativo - CN); mupirocina (controle positivo - CP); gel de galactomanana (GG); gel de galactomanana com Cramoll imobilizada (GC); e Cramoll livre (100 µg/mL) (CC). As análises clínicas, histopatológicas e microbiológicas revelaram que os grupos GC e CC apresentaram crosta no 7º dia, enquanto CN, CP e GG apresentaram infiltrado inflamatório, edema e necrose. No 12º dia, apenas CN não apresentou reepitelização completa. Além disso, observou-se ausência de S. aureus nos grupos CP e CC no 7º dia e nos grupos GC e GG no 12º dia, evidenciando a eficácia do Cramoll, especialmente em contexto infeccioso. Dando continuidade à investigação, o potencial cicatrizante dessas formulações foi também avaliado em feridas cutâneas (Ø = 0,8 cm) no dorso de camundongos (Swiss) diabéticos infectados ou não por Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA), uma das principais preocupações clínicas devido à crescente resistência aos antibióticos convencionais. Após confirmação do diabetes (Glucose > 200 mg/dL) induzida por dose única de aloxana monohidratada (200 mg/kg), os animais foram divididos em 4 grupos (n=15) e tratados com: solução salina, controle negativo (GDCN); gel de galactomanana (GDG); solução de Cramoll (100 µg/mL) (GDC); e gel de galactomanana contendo Cramoll (GDGC), com doses diárias de 100 μL de cada substância por 12 dias. Após avaliação macroscópica e microscópica das feridas, o grupo GDGC demonstrou maior eficiência de cicatrização, sendo selecionado para o tratamento de feridas cutâneas infectadas com 50 μL da suspensão de 1x108 UFC/mL de MRSA. Os animais diabéticos infectados (DI) foram divididos em 4 grupos (n=15) e tratados com: gel de galactomanana contendo Cramoll (GDIGC); gel de galactomanana contendo Cramoll+mupirocina (GDIGCM); solução salina, controle negativo (GDICN); mupirocina, controle positivo (GDIMCP). Os resultados revelaram que GDIGC apresentou maior contração das feridas (p<0.05) comparado ao GDIMCP, contudo, análises histopatológicas confirmaram que o gel de galactomanana contendo Cramoll+mupirocina (GDIGCM) acelerou significativamente a cicatrização devido ao efeito sinérgico entre gel, Cramoll e o antibiótico, destacando-se como uma alternativa promissora para a cicatrização de feridas infectadas.