Banca de DEFESA: THAÍS EMANUELA DE OLIVEIRA VERÍSSIMO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: THAÍS EMANUELA DE OLIVEIRA VERÍSSIMO
DATA : 31/01/2025
HORA: 09:00
LOCAL: Google meet
TÍTULO:

EDUCAÇÃO MATEMÁTICA DECOLONIAL NA PERSPECTIVA DE PROFESSORAS(ES) INDÍGENAS XUKURU


PALAVRAS-CHAVES:

Povo Xukuru do Ororubá; Cosmovisão Indígena; Decolonialidade; Educação Matemática; Educação Escolar Indígena.


PÁGINAS: 140
RESUMO:

Os povos originários das Américas durante muitos séculos experienciaram uma Educação segundo suas cosmovisões, contudo com as invasões de seus territórios, esses povos sofreram e ainda sofrem os impactos de sistemas colonialistas que objetivavam destruir seus conhecimentos, cultura e suas perspectivas de vida. No Brasil, as escolas implantadas para esses povos desde o início da colonização e durante quase todo século 20 foram usadas como uma ferramenta para a consolidação desse sistema colonial/moderno, por meio da política assimilacionista que objetivava a integração dos povos indígenas. No entanto, a partir de processos de retomada liderados pelos indígenas foi conquistado o direito à Educação Escolar Indígena (EEI) reconhecida constitucionalmente, a qual visa efetivar processos de interculturalidade que atribuam equidade aos conhecimentos escolares e os conhecimentos dos povos indígenas. Este projeto de pesquisa emerge da perspectiva de que a Educação Matemática enquanto área de conhecimento escolar, necessita de um giro decolonial e, assim, incorporar discussões que questionem a visão de mundo colonial/moderna, que propõe consumir a terra como recursos naturais. Sob a perspectiva decolonial e da cosmovisão indígena, a Educação Matemática poderia atentar para outros modos de vida. O povo Xukuru do Ororubá é uma das maiores etnias do estado de Pernambuco e um dos povos mais articulados politicamente no país, tem mantido e semeado sua cosmovisão, buscando a proteção de seu território/natureza, o que reflete no seu sistema de EEI, que tem aos poucos insurgido sobre propostas educacionais eurocêntricas. Este estudo teve por objetivo geral compreender a perspectiva de professoras/es indígenas Xukuru sobre aspectos da cosmovisão indígena presentes nos seus modos de ensinar Matemática. O desenho metodológico teve uma abordagem qualitativa com aspectos etnográficos, que enfatizaram a necessidade de estar atento ao campo da pesquisa. Os principais instrumentos de produção de dados foram as entrevistas e as observações, com registro de áudio, escritos e fotográficos. O método para a análise dos dados foram os Ciclos de Codificação de Saldaña e para auxílio utilizamos o software Atlas.TI de tratamento de dados qualitativos. As principais considerações conclusivas deste estudo consideram que ao passo que políticas contra ou desfavoráveis à EEI Xukuru são impostas, como o Currículo de Pernambuco e o livro didático de Matemática, a Escola Xukuru resiste e ressignifica os processos educacionais, à medida que busca o fortalecimento identitário e a valorização da comunidade, onde espiritualidade, ancestralidade, natureza e território são dimensões que sustentam a formação dos Xukuru. Nesse processo, as professoras de Matemática enfrentam um trabalho duplo, além de planejarem suas aulas, precisam articular os conhecimentos/contextos indígenas com os conhecimentos matemáticos, o que desperta sentimentos de compromisso e orgulho cultural, mas também de frustração visto as limitações do sistema hegemônico, a falta de suporte do estado e a desvalorização do professor indígena. O ensino de Matemática articulado à cosmovisão Xukuru é evidenciado principalmente a partir da "Matemática da Roça" e das pinturas corporais. Há também espaços outros, como as eletivas e a Horta Pedagógica, que de modo interdisciplinar podem ser espaços potenciais para realizar essas articulações entre Matemática e cosmovisão Xukuru.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 6435441 - CARLOS EDUARDO FERREIRA MONTEIRO
Interna - 1721820 - ANA BEATRIZ GOMES PIMENTA DE CARVALHO
Externa à Instituição - CAROLINA TAMAYO OSORIO - UFMG
Notícia cadastrada em: 15/01/2025 16:36
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