PRATICAS DE ENSINO E AVALIACAO DA LINGUA ESCRITA: POSSIBILIDADES DE INTERVENCAO NA EDUCACAO INFANTIL
Educação Infantil; Escrita; Ensino; Avaliação; Intervenções.
Nosso objetivo geral foi investigar as práticas de ensino e de avaliação da língua escrita em turmas do último ano da Educação Infantil nas Redes Municipais de Ensino de Recife-PE (RMER), Vitória-PE (RMEVSA) e Lagoa Santa-MG (RMELS). Os objetivos específicos foram: (1) Identificar as orientações oficiais acerca das práticas de ensino e de avaliação da língua escrita em documentos norteadores para a Educação Infantil; (2) Identificar o que apontam as propostas curriculares acerca das práticas de ensino e de avaliação da língua escrita para a Educação Infantil; (3) Analisar o que pensam as docentes sobre a prática de ensino e de avaliação da língua escrita em turmas da última etapa da Educação infantil; (4) Averiguar as práticas de ensino e de avaliação da língua escrita e sua possível relação com as intervenções docentes desenvolvidas na Educação Infantil. Nossa fundamentação pautou-se nos teóricos que discutem sobre o ensino da escrita alfabética na Educação Infantil como Brandão e Leal (2010), Morais (2012), Soares (2016, 2020) entre outros, na perspectiva das práticas sistemáticas significativas (Mainardes, 2021) e Soares (2020). Acerca da avaliação da aprendizagem nos apoiamos na concepção de avaliação formativa mediadora e do tratamento do erro como aspecto construtivo segundo Hoffmann (2009) e Cruz (2010). De natureza qualitativa, os dados foram produzidos em três etapas conforme os procedimentos metodológicos: (1) análise de documentos norteadores oficiais, da BNCC e das propostas curriculares das redes municipais pesquisadas, (2) entrevista e (3) observação de aulas nas turmas das três docentes participantes. Apoiados na análise de conteúdo proposta por Bardin (2002), os dados foram analisados a partir de categorias e subcategorias referentes aos principais aspectos que permeiam as práticas de ensino e avaliação da escrita alfabética. Constatamos que os documentos considerados norteadores oficiais, bem como a proposta curricular nacional não apresentam informações específicas para direcionar a prática dos professores quanto ao ensino e à avaliação da escrita no último ano da EI. Das três propostas curriculares municipais analisadas, o documento curricular de Lagoa Santa-MG para a EI destacou-se por apresentar aos professores do último ano dessa etapa o que, como e quando ensinar e avaliar quanto às aprendizagens referentes à escrita alfabética nos princípios da progressão e continuidade. Com relação às concepções das docentes os dados apontaram que ambas concebem o ensino e a avaliação como processos correlacionados, as intervenções necessárias para ajudar as crianças a refletir e avançar em seus conhecimentos acerca da apropriação da escrita e consideram o erro como um elemento construtivo e fundamental para a construção do conhecimento. Relativo às práticas de ensino da escrita, os resultados indicaram que ambas docentes desenvolviam uma rotina estruturada e constante com maior frequência de atividades permanentes realizadas coletivamente, na maior parte voltadas para o desenvolvimento da consciência fonológica, geralmente partindo da leitura de textos literários e gêneros textuais orais ou escritos significativos para o contexto das turmas. As atividades esporádicas realizadas por elas também focavam o ensino do SEA e se davam no contexto da ludicidade, alfabetização e do letramento. Os dados evidenciaram também que ao realizar intervenções avaliativas durante as atividades com foco no ensino da língua escrita, a partir de perguntas que se configuraram como trocas significativas, o docente promoverá a aprendizagem da língua escrita na EI.