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Banca de DEFESA: ANGELA MARIA ALEXANDRE RAMALHO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ANGELA MARIA ALEXANDRE RAMALHO
DATA : 16/05/2025
HORA: 08:30
LOCAL: SALA D14
TÍTULO:

 FORMAÇÃO DE PROFESSORES ALFABETIZADORES “EM VERTIGEM”: uma análise do curso Práticas de Alfabetização e seus (des) encontros com a prática docente


PALAVRAS-CHAVES:

Alfabetização, formação continuada, PNA, Tempo de Aprender,  curso Práticas de Alfabetização


PÁGINAS: 257
RESUMO:

Este trabalho buscou compreender o processo de implementação da  Política Nacional de Alfabetização-PNA (Brasil, 2019) em uma rede de ensino a partir da análise do curso Práticas de Alfabetização e suas reverberações na prática docente. Entendemos que  as mudanças no campo político no Brasil a partir do ano de 2016 afetaram  significativamente a  educação escolar e dada a natureza essencialmente social da língua materna, as formas de se definir as diretrizes para seu ensino ficaram fortemente sujeitas a tais mudanças, culminando na promulgação da referida política. Nesse sentido,  realizamos uma pesquisa qualitativa que contemplou dois tipos: documental e de campo. Por meio da pesquisa documental analisamos as concepções teórico-metodológicas de alfabetização e formação continuada presentes  no curso Práticas de Alfabetização, um dos cursos do programa Tempo de aprender, criado no âmbito da PNA.A escolha desse curso se deu pelo seu caráter obrigatório a todos os professores alfabetizadores das redes de ensino que aderiram ao referido programa. A pesquisa de campo de cunho etnográfico foi realizada em uma rede municipal, observando especificamente as práticas de duas docentes do primeiro ano do ciclo de alfabetização e que cursaram o referido curso. No referencial teórico dessa pesquisa dois eixos se entrecruzam: a alfabetização e Formação docente, focando na formação continuada. Evidenciamos na discussão teórica  as tensões observáveis dentro desses dois eixos no processo sócio histórico. Tensões essas que forjaram diferentes concepções, que refletem diferentes visões e projetos de sociedade e educação. A interpretação dos dados  foi desenvolvida sob a perspectiva da análise de conteúdo.  Os resultados evidenciaram que  o curso Práticas de alfabetização foi elaborado a partir de uma concepção de língua enquanto sistema, desvinculado das práticas sociais dos sujeitos, e, em decorrência dessa concepção, orienta o ensino  em uma perspectiva associacionista, reduzindo a aprendizagem do Sistema de Escrita Alfabética a percepção e treino das relações fonema-grafema. Quanto à formação continuada,   materializa a perspectiva liberal conservadora com forte marca de uma racionalidade técnica, tratando o professor como mero executor de prescrições e cumpridor de procedimentos elaborados por “especialistas”. Os desencontros da proposta do curso com as práticas docentes foi perceptível, pois estas  evidenciaram fortes marcas de uma alfabetização fundamentada nos princípios sociointeracionistas e uma postura reflexiva em relação às suas práticas.  Observou-se assim, que o paradigma da alfabetização na perspetiva do letramento vivenciado em programas anteriores foi apropriado pelas docentes, não conseguindo a PNA apagá-lo. Diante disso, sinalizamos para a pertinência de uma construção de redes sólidas locais para formação e acompanhamento dos professores alfabetizadores a fim de que políticas no âmbito federal possam ser desenvolvidas de forma mais participativa e crítica. Defendemos que ao repensar formas de elaboração e execução de tais políticas três elementos devem ser considerados: o contexto das práticas, a pesquisa e  a troca entre pares.


MEMBROS DA BANCA:
Interna - 4205420 - ANDREA TEREZA BRITO FERREIRA
Interno - 1132499 - ARTUR GOMES DE MORAIS
Presidente - 1134526 - ELIANA BORGES CORREIA DE ALBUQUERQUE
Externo à Instituição - JÂNIO NUNES DOS SANTOS
Externa à Instituição - YWANOSKA MARIA SANTOS DA GAMA
Notícia cadastrada em: 10/04/2025 14:17
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