A EXPANSÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR PÚBLICA NOS GOVERNOS LULA DA SILVA E DILMA ROUSSEFF: a interiorização da Universidade Federal de Pernambuco e suas implicações para o trabalho docente.
Educação superior; Interiorização universitária federal; governos Lula da Silva e Dilma Rousseff; Trabalho docente; Universidade Federal de Pernambuco.
Tomando como ponto de partida o padrão restrito da ampliação universitária federal brasileira nas últimas décadas, definido nas fronteiras do modelo de acumulação neoliberal desenvolvimentista, adotado inicialmente pelos governos Lula da Silva (2003-2010) e sequenciado pelas gestões de Dilma Rousseff (2011-2016), esta tese teve como objetivo analisar a dinâmica de expansão interiorizada da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e suas repercussões para o trabalho docente no Centro Acadêmico do Agreste (CAA) e Centro Acadêmico de Vitória (CAV). Como marco teórico-epistemológico, utilizamos o materialismo histórico-dialético e como caminho metodológico recorremos à pesquisa documental e de campo, através de aplicação de questionários (Google Forms) com 22 (vinte e dois) docentes das unidades interiorizadas UFPE e de entrevistas semiestruturas com as 2 (duas) diretorias dos centros do interior (Google Meet). No processo de operacionalização da análise dos dados coligidos, fizemos uso das três categorias fundamentais do método de Marx, a saber: totalidade, mediação e contradição, a partir das quais foi possível concluir que a dinâmica de expansão interiorizada adotada pela UFPE foi definida conforme os limites estabelecidos pela expansão da educação superior dos governos neoliberais desenvolvimentistas de Lula da Silva, cuja base encontra-se na estrutura enxuta de Núcleos Acadêmicos e cujas repercussões se fazem sentir do ponto de vista da desproporção de servidores por alunos, dos indicadores acadêmicos díspares, da intensificação do trabalho docente e do acesso restrito a recursos financeiros e de infraestrutura nos campi interiorizados da universidade. Esse cenário tem refletido, igualmente, nas possibilidades de realização das atividades de ensino, pesquisa e extensão no CAA e no CAV, na carência de políticas institucionais efetivas voltadas para as especificidades do interior, assim como o desejo docente de transferência institucional, em busca de novas e melhores condições de trabalho acadêmico.