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Banca de DEFESA: MARCEL PESSEY NETO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MARCEL PESSEY NETO
DATA : 29/08/2025
HORA: 09:00
LOCAL: SALA D14
TÍTULO:

EDUCACAO BRINCANTE: REPRESENTACOES SOCIAIS DO LUDICO NA FORMACAO INICIAL DE PEDAGOGOS/AS


PALAVRAS-CHAVES:

Representações sociais. Ludicidade. Formação inicial. Pedagogia.


PÁGINAS: 131
RESUMO:

O objetivo desta dissertação foi analisar as representações sociais da ludicidade construídas por discentes do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE, Campus Recife), bem como identificar de que modo esses sentidos incidem sobre a compreensão que os/as futuros/as pedagogos/as constroem acerca do uso do lúdico ao longo da formação inicial. Para sustentar a discussão, o trabalho articula autores clássicos — Huizinga (2007), Caillois (2017) e Brougère (1997;2002) — a produções brasileiras que enfatizam o lúdico como valor epistemológico, destacando-se os estudos de Tizuko Kishimoto (1994; 2011), Tânia Fortuna (2011; 2018; 2019) e Marlene Freitas (2005; 2014). Como fundamento interpretativo, adotamos a Teoria das Representações Sociais (TRS) de Serge Moscovici (2015), na vertente sociogenética de Denise Jodelet (2001; 2009; 2018), segundo a qual as representações são construções coletivas que ancoram ideias em matrizes culturais e as objetivam em imagens partilhadas, orientando a ação social, inclusive aquelas práticas que se manifestam nos contextos educativos. A investigação adotou delineamento qualitativo, exploratório e descritivo. Na primeira etapa, um questionário on-line (n = 41) captou ideias sobre o lúdico e sua presença percebida no currículo; Na segunda, entrevistas semiestruturadas com quatro estudantes aprofundaram vivências e tensões. A análise temática de conteúdo de Bardin (2011) possibilitou triangulação entre dados e teoria, mapeando convergências e contradições. Três matrizes representacionais emergiram das respostas abertas do questionário: (1) experiencial (~59%), que ancora o lúdico em prazer, imaginação e bem-estar; (2) híbrida (~27 %), onde componentes afetivos e pedagógicos se articulam; e (3) instrumental técnico-pedagógica (~14%), que concebe o lúdico como estratégia de ensino e gestão de sala. Embora o potencial motivador do brincar seja amplamente reconhecido, 61% dos respondentes afirmaram não vivenciar experiências lúdicas sistemáticas, restringindo o tema principalmente a disciplinas de Educação Infantil ou em “Ilhas lúdicas”. As entrevistas confirmaram essa rarefação lúdica: episódios lúdicos ocorreram sobretudo em projetos de extensão e oficinas, apontando distância entre currículo prescrito e currículo vivido”. Cinco categorias interpretativas sintetizam as falas: (i) ludicidade como afeto e motivação; (ii) ludicidade como técnica pedagógica; (iii) barreiras institucionais (Carga horária rígida, avaliações tradicionais, infraestrutura precária); (iv) resistências subjetivas (Associação do lúdico a algo “menos sério”); e (v) potencial transformador. Os achados revelam uma representação social polifásica: a ludicidade é simultaneamente desejada como princípio basilar e relegada a status adjetivo, aplicada apenas quando há “tempo” ou quando se trabalha com crianças pequenas. Essa ambivalência reflete a tensão entre políticas de padronização, que privilegiam metas cognitivistas-quantitativas, e discursos que defendem educação integral, criativa e culturalmente sensível. Para converter o lúdico em pilar transversal da formação inicial, recomenda-se: (a) revisão das matrizes curriculares, inserindo experiências lúdicas para além da educação infantil; (b) programas sistemáticos de desenvolvimento docente universitário em metodologias lúdicas; (c) fortalecimento de espaços institucionais, como brinquedotecas, programas de extensão, projetos de pesquisa e laboratórios dedicados ao lúdico; e (d) parcerias universidade-escola-comunidade para consolidar o direito ao brincar como estratégia de justiça social.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2249473 - VIVIANE DE BONA
Externa ao Programa - 3068246 - THAMYRIS MARIANA CAMAROTE MANDU - UFPEExterna à Instituição - MARLENE BUREGIO FREITAS
Notícia cadastrada em: 07/08/2025 12:45
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