Banca de DEFESA: EVERALDO JOSE DA SILVA LIMA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: EVERALDO JOSE DA SILVA LIMA
DATA : 12/08/2025
HORA: 14:00
LOCAL: SALA D14
TÍTULO:

A POLITICA DE FORMACAO DE PROFESSORES DA EDUCACAO BASICA: tendencias hegemonicas entre os anos de 2016 e 2022

PALAVRAS-CHAVES:

Políticas Educacionais. Formação Inicial de Professores. Competências Socioemocionais. Superdocente. Recuo da Teoria. Capitalização da Educação. Modernização-Restauradora. Liberalismo Conservador.

 

PÁGINAS: 264
RESUMO:

Esta pesquisa tem objetivo analisar os projetos formativos e as estratégias de atuação
dos Aparelhos Privados de Hegemonia – APHs, e de seus intelectuais na disputa hegemônica
pela formação inicial de professores da educação básica no país, entre os anos de 2016 e 2022.
A pesquisa está ancorada na abordagem crítica do materialismo histórico-dialético a qual orienta
a análise da realidade social como totalidade contraditória e historicamente determinada. A partir
disso, optamos em desenvolver uma investigação documental e bibliográfica valendo-se da
Análise de Conteúdo (BARDIN, 1998), complementada pelo Ciclo da Pesquisa (MINAYO, 2004),
articulando categorias como hegemonia, contradição, mediação e totalidade. O corpus empírico
da pesquisa compreende tanto documentos oficiais – pareceres, resoluções, textos de propostas
de diretrizes, guias, minuta de parecer e portaria –, como materiais de APHs e de seus intelectuais
– livros, relatórios, materiais didáticos, guia, nota, resumo executivo, documento técnico e artigo
de opinião. Os procedimentos metodológicos envolveram levantamento, seleção, organização e
análise de conteúdo dos documentos e materiais, permitindo compreender as formas de
intervenção dos APHs no campo educacional e seus nexos com o Estado. Defendemos a tese a
qual após o golpe de 2016, os desenhos curriculares para os cursos de licenciatura e pedagogia
no Brasil foram construídos e implementados, de forma radical e acelerada, por APHs nacionais
e internacionais em união pessoal com os agentes de Estado brasileiros, conformando uma
estratégia de modernização-restauradora da agenda educacional iniciada na década de 1990.
Além de trazer novamente intelectuais, APHs e os consensos da agenda neoliberal iniciada na
década de 1990, esta estratégia potencializou as formas políticas autoritárias e violentas de
superexploração e anulação dos direitos conquistados, sobretudo no fim do governo Michel
Temer (2016-2018) e do governo Jair Bolsonaro (2019-2022). Semelhante ao passado, os
documentos lançados nesses governos orientam a criação de desenhos curriculares
fundamentados em referenciais internacionais, sobretudo nos standards australianos,
promovendo assim um recuo da teoria, no que se refere ao rebaixamento das exigências
científicas e pedagógicas da formação inicial de professores, ao passo que requerem um perfil
docente alargado de funções e atribuições, resultando no superdocente e sua dupla face: objeto
e instrumento da reforma. Os resultados indicam que este superprofessor deve dominar as
propaladas competências socioemocionais, ressignificadas através das qualidades do caráter,
com o objetivo de transformar o seu lócus em um tipo de formação focada na capacidade
potencial do professor. Estes apontamentos revelam os nexos das políticas de formação de
professores no país com o contexto econômico e político determinado pelo liberalismo
conservador e pelas expropriações secundárias cujos elementos regressivos e coercitivos são
predominantes.

 

MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - EMANUELLE DE SOUZA BARBOSA
Presidente - 2295606 - JAMERSON ANTONIO DE ALMEIDA DA SILVA
Externa à Instituição - JOCEMARA TRICHES
Externo à Instituição - JOHN MATEUS BARBOSA
Externa à Instituição - MARISE NOGUEIRA RAMOS