“DA MARGEM AO CENTRO”: um estudo sobre a precarização nas relações de trabalho e a violência de gênero contra mulheres jornalistas do Nordeste brasileiro e seu impacto nas rotinas produtivas.
Jornalismo; Nordeste; rotinas produtivas; trabalho; violência de gênero.
Este trabalho visa analisar como as violências de gênero incidentes sobre as rotinas produtivas das mulheres jornalistas do Nordeste tem impactado suas trajetórias profissionais. O estudo relaciona, ainda, como a precarização do trabalho jornalístico pode ser mais uma ferramenta que sustenta a violência contra as profissionais (Fígaro, 2018; Nicoletti, 2023; Kebian; Sacramento, 2024). O Nordeste brasileiro é o cenário dessa análise, uma vez que possui forte presença do coronelismo eletrônico e altas taxas de violência contra mulher. A região destaca-se, ainda, pela produção intelectual das profissionais e forte xenofobia e racismo perpetrado por outras regiões do país (Ribeiro,2018; Santiago,2024; Muniz, 2021). A pesquisa traz como método as histórias de vida das trabalhadoras, memória e história oral, ancorada nas entrevistas em profundidade (Medina,2008; Martinez,2020; Lord,2020), análise dos mapas e relatórios da violência de gênero no Brasil (REPORTERES SEM FORNTEIRAS; ONU MULHERES; FENAJ; ABRAJI). O estudo se ancora na teoria feminista interseccional e decolonial como aportes teóricos e metodológicos para compreender quais avenidas interseccionais cruzam a vida das jornalistas nordestinas (Crenshaw,2021; Akotirene,2019; Bueno,2020; Lagarde, 2010; Vergés,2020).