Mãos que suplantam as máquinas: #invenção #resíduos #plataformas digitais
#Gambiarra #Invenção #Resíduos #Plataformas digitais #Descolonização
Esta pesquisa parte de uma investigação exploratória para traçar relações entre a arquitetura de uma casa construída com garrafas de vidro, o território onde ela foi construída, o uso de plataformas digitais e as práticas sustentáveis envolvidas neste circuito. O objetivo é explorar como duas mulheres negras, Edna Dantas e Maria Gabrielly Dantas, mãe e filha, subvertem o valor simbólico do resíduo ao articular invenção tecnológica, tecnologia digital e práticas ecológicas e sustentáveis. O ponto de partida aqui é uma etnografia da Casa de Sal, localizada na Praia do Sossego, na Ilha de Itamaracá (PE). A casa é a primeira do mundo construída com base de garrafas de vidro em posição vertical. Enquanto método, construo uma gambiarra (Messias e Mussa, 2020), buscando me aproximar tecnicamente das minhas interlocutoras, como também criar conexões transdisciplinares entre a
Comunicação, a Antropologia dos Resíduos e a Antropologia Digital. Desse modo, minha intenção é explorar o potencial inventivo da gambiarra em diferentes gestos: na narrativa etnográfica, na sustentabilidade e nas disputas tecnopolíticas. Os resultados revelam que, mais do que um experimento arquitetônico, a Casa de Sal expressa uma insurgência estética, política e ambiental, convocando outras formas de habitar no Antropoceno e ressignificar o resíduo.