CULTURA DO SILÊNCIO, NARRATIVAS SOBRE AGROTÓXICOS E AS ZONAS CRÍTICAS AMBIENTAIS
Cultura do silêncio. Silêncios e silenciamentos. Agrotóxicos. Saúde. Zonas Críticas Ambientais.
Esta tese busca abrir novas perspectivas para os estudos sobre silêncios e silenciamentos em zonas críticas ambientais. No que diz respeito ao arcabouço teórico partimos da Cultura do Silêncio postulada por Paulo Freire (1976, 1983), incorporando o conceito e os estudos de Eni Orlandi (1990, 1995) sobre as formas do silêncio na linguística. Utilizamos uma variedade de métodos para analisar a desarticulação de narrativas relacionadas às doenças que atingem
agricultores e agricultoras familiares e os trabalhadores das grandes fazendas que utilizam agrotóxicos. Longe dos centros onde se organizam as principais empresas de mídia brasileiras e moram a maioria dos influenciadores digitais, os problemas ambientais e de saúde humana de comunidades do Vale do São Francisco compõem o estudo de caso deste estudo. Para mapear essas controvérsias, entrevistamos dezenas de profissionais de diversos campos de atuação ligados aos agrotóxicos e dos problemas de saúde causados pela exposição humana a esse tipo de substâncias, especialmente nas cidades de Juazeiro, da Bahia, e Petrolina, em Pernambuco. Nesse contexto, buscamos desenvolver uma nova metodologia para estudos dos silêncios e silenciamentos através da análise de conteúdo, do estudo histórico e de entrevistas com moradores da região, a partir da perspectiva de que a cultura de uma população influencia na forma que se desenvolvem os silenciamentos e é parte fundamental nos estudos do tema.