Entre o abismo corpóreo e a comunhão cósmica: aparições do dionisíaco em imagens do audiovisual contemporâneo
Audiovisual; Símbolo; Bacanais; Teorias da imagem.
Há algo de inquietante em certas imagens de rituais. Os corpos nus, os movimentos circulares, e o momento do êxtase, capaz de dissociar o indivíduo de seu próprio corpo. Nessas imagens, essa passagem do sair-de-si torna-se visível. Seja num filme americano de 2015, num quadro espanhol do século XVIII, ou num tríptico holandês do século XVI, há uma potência que sobrevive o tempo e se faz mostrar: A sobrevivência de um imaginário ou uma simbólica que a tanto tempo foi comumente relacionado aos bacanais, ritos secretos da antiguidade de adoração ao deus Baco. Este trabalho se propõe a estudar a relação dessas imagens com essa estética do dionisíaco. A partir de autores como Mircea Eliade, Paul Ricoeur e Georges Bataille, investigo uma aproximação simbólica entre objetos do audiovisual como The Witch (2015), Climax (2018) e The devils (1971) com um dionisíaco contemporâneo,um apanhado simbólico que aponte para o sentido do dionisíaco. Como e porquê ele teria sobrevivido na cultura visual ocidental, e o que isso nos diz com nossa forma de lidar com o sagrado no contemporâneo?