CLASSIFICAÇÃO ALGORÍTMICA DE ARQUIVOS MUSICAIS NO SPOTIFY: Percepções dos usuários e influência nas práticas de escuta
Mídia e Música; Gênero Musical; Teoria Ator- Rede; Cultura Algorítmica; Sistemas de Recomendação; Interação Humano- Computador.
A tese investiga como os algoritmos de plataformas de streaming, em especial o Spotify, influenciam as práticas de consumo musical. Utilizando a Teoria Ator-Rede (TAR) como base teórica, o estudo explora a complexa interação entre os usuários e os sistemas algorítmicos que categorizam e recomendam músicas, analisando a influência dessas ferramentas na subjetividade e nas escolhas musicais dos ouvintes. O trabalho explora o conceito de gênero musical e as práticas de classificação musical por algoritmos de inteligência artificial das plataformas de streaming. Destaca-se a fluidez e as interseções dos gêneros, com a TAR auxiliando na análise musical ao compreender essas relações multifacetadas. Assim, o estudo discute a fluidez do conceito de gênero musical, unindo dados de streaming com as perspectivas de Latour, Piekut e Drott para propor uma análise flexível dos gêneros. Além disso, o trabalho (1) explora como as interações dos usuários no Spotify moldam a experiência musical, enfatizando recomendações personalizadas e técnicas de filtragem; (2) aborda a evolução das práticas de classificação musical no Spotify e a análise de propriedades musicais por algoritmos de processamento de áudio; (3) examina a personalização extrema e seu impacto na exploração musical, ressaltando como a interação usuário-algoritmo pode limitar a diversidade musical; e (4) expõe impressões de usuários entrevistados sobre as formas de classificação musical na interface da plataforma de streaming e como essas classificações são agenciadas pelos usuários no momento de interação com a plataforma. Por meio de entrevistas com usuários da plataforma, o estudo revela como a interface do Spotify e suas recomendações influenciam as preferências musicais e moldam a forma como os ouvintes exploram e descobrem novos artistas. Ao mesmo tempo em que os algoritmos ampliam as possibilidades de descoberta, eles também levantam questões sobre a homogeneização e a possível estagnação das experiências musicais. Em última análise, o estudo argumenta que, embora os algoritmos de classificação musical desempenhem um papel central na curadoria da experiência dos usuários, as práticas culturais e a agência dos ouvintes ainda exercem uma influência significativa na construção de suas trajetórias musicais.