“Narrar é resistir”: memórias camponesas entre lutas e disputas no Assentamento Lagoa do Mineiro (Ceará)
Comunicação; Territórios; Vinculação; Reforma Agrária; Assentamentos; Movimentos Sociais.
Partindo do um conceito de comunicação que considera sua concepção enquanto vinculação (Sodré, 2002; 2014; Yamamoto, 2018), buscamos ouvir, registrar e socializar histórias de vida de agricultoras e agricultores assentados
da reforma agrária no Assentamento Lagoa do Mineiro, em Itarema (Ceará). A escolha do território se deu por acreditar que a reconfiguração dos processos de luta e de defesa do território podem ser chave para a compreensão das maneiras e transformações das afeições existente dentro do território (ou dos territórios). Para isso, apoiamo-nos na história oral e na etnografia para a construção de um arcabouço teórico e de metodologias compreensivas e
participativas para colocar o testemunho (Ricoeur, 2007) em evidência a partir da escuta e partilha de histórias de vida. A partir da discussão e da ida ao assentamento para realização de entrevistas em profundidade é possível
perceber que, ao longo dos anos, aconteceu uma transformação discursiva no capitalismo financeirizado a partir da usurpação de pautas comuns, como é o caso da energia eólica. Nos inserimos no campo decolonialidade para coletar, sistematizar e socializar experiências que iluminam e proporcionam reflexões sobre novos caminhos comuns baseados em um horizonte de expectativas pautado em esperançar (Paulo Freire, 1992) e em práticas de amor (hooks, 2021).