ESPECTROS CARNAIS: os duplos do corpo à luz das tecnologias da virtualidade na ficção científica.
Ficção Científica; Corpo; Duplo; Virtualidade.
A Ficção Científica, como gênero literário e cinematográfico caro à contemporaneidade, produz imagens especulativas sobre futuros possíveis, e narrativas críticas acerca dos deslocamentos e efeitos das tecnociências no campo histórico e sociocultural, como os subgêneros Cyberpunk e Biopunk, que protagonizam o corpo humano no terreno movente das tecnologias da comunicação e da virtualidade. A partir desses desdobramentos, essas obras apresentam reflexões de ordem filosófica implicadas na temática da condição humana, como a finitude do corpo, ao compor universos de experimentações do contemporâneo (LE BRETON, 2017). Desse modo, a presente investigação objetiva compreender, a partir do alinhamento de pontos pertinentes à pesquisa presentes em obras de Sci-fi como “Frankenstein ou o Prometeu moderno” (1818), “A invenção de Morel” (1974), “O mundo por um fio” (1973), “eXistenZ” (1999) e “13o andar” (1999), os possíveis contornos e distorções de novas “colorações de vida” (FLUSSER, 2007) e corporeidades pós-humanas (HAYLES, 1999; SIBILIA, 2015) diante das experiências com tecnologias da imagem, e de virtualidade em tecnopaisagens (GRAU, 2007; MACHADO, 2007). Em diálogo com a perspectiva genealógica (FOUCAULT, 2021), propomos pensar o Sci-fi como um aparato apto a captar os espectros moventes dos contornos múltiplos da carne, assim como os duplos plasmados pelas técnicas do virtual, no intuito de diagnosticar os impulsos condutores desses deslocamentos em diferentes regimes.